Texto: Natasha Guedes
Design: Darlís Santos
Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 2024
O ano de 2024 tem sido marcante para o aespa: após o sucesso de “Drama” em 2023, a expectativa para uma nova title à altura era grande. De fato, o grupo conseguiu supri-las ao lançar “Supernova” e “Armageddon”, as duas faixas principais em seu primeiro álbum completo de estúdio. Com instrumentais intensos, refrões e pontes bem construídos, além de coreografias impactantes e videoclipes bem produzidos – uma das marcas do quarteto –, as músicas conquistaram o público e ampliaram ainda mais a sua visibilidade.
No segundo comeback do ano, aespa lançou o quinto mini-álbum “Whiplash”, cuja faixa-título, que transborda EDM com influências de tech house, recebeu aclamação. Com esse lançamento, o grupo fortaleceu ainda mais o ano, consagrando 2024 como o mais importante da carreira.
Apesar de ser conhecido por suas músicas enérgicas, com batidas fortes e uso de sintetizadores, abraçadas pelo hyperpop, o aespa também surpreende e encanta em faixas mais melódicas e rítmicas, voltadas para o R&B e seus subgêneros. Músicas como “Lucid Dream”, “Thirsty”, “Forever” e “Life’s Too Short” mostram como o grupo consegue explorar esse lado mais suave.
Um exemplo perfeito do lado R&B do grupo é “Flights, Not Feelings”, B-side presente no mais recente comeback “Whiplash”. Com som que mistura uma atmosfera misteriosa e toques vintage, a música transmite um clima melancólico e introspectivo. O título e a letra faz referência ao ditado “catch flights, not feelings” (em tradução livre, “pegue voos, não sentimentos”), que brinca com o significado de “to catch feelings” – expressão usada para se referir ao ato de se apaixonar. A frase, portanto, sugere priorizar viagens e experiências em vez de envolvimentos emocionais. Dessa forma, guiada por um eu lírico que teme se envolver romanticamente, a música transmite a mensagem de desapego e liberdade.
A faixa é um clássico R&B lento que se destaca pela linha de baixo audível, sintetizadores e batidas suaves, proporcionando ao aespa uma base para explorar um lado mais delicado. As vozes das integrantes, embora soem etéreas e tênues, também passam por uma potencialização (outra marca do grupo), especialmente no pré-refrão. Logo após vem o drop, caracterizado pelo ponto alto onde ocorre uma mudança súbita de ritmo ou de linhas de grave, e assim acontece o refrão doce e envolvente, em que as membros cantam, repetidamente, “catching flights, not feelings”.
Uma curiosidade é que, em uma entrevista à Korean Media, as integrantes do aespa escolheram “Flights, Not Feelings” como sua B-side favorita do mini-álbum, o que demonstra o carinho e reconhecimento pela qualidade da música. Através de efeitos sutis, a faixa consegue trazer à tona sentimentos introspectivos e nostálgicos. São detalhes que criam uma experiência imersiva e adicionam profundidade à sua atmosfera.
“Flights, Not Feelings” oferece não só aos fãs, mas a todos que apreciam uma música mais leve e melódica, uma experiência envolvente com vocais charmosos e melodias mágicas, destacando o quão incrível o R&B pode soar na voz do quarteto.