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Crise Diplomática: Coreia do Sul e EUA em negociações após prisão em massa de trabalhadores da Hyundai

Em uma operação na última semana, os agentes de imigração dos Estados Unidos detiveram 475 trabalhadores, a maioria sul-coreanos, em uma fábrica de baterias da Hyundai e LG na Geórgia. A ação desencadeou uma crise diplomática entre os dois países e levantou questões sobre as práticas de imigração e investimento estrangeiro nos Estados Unidos .

O vídeo divulgado pelo ICE mostra trabalhadores, muitos deles vestindo coletes com logos da Hyundai e LG, sendo algemados nos pulsos, cintura e tornozelos e levados para ônibus sob vigilância rigorosa. 

A Coreia do Sul reagiu rapidamente. O presidente Lee Jae-myung ordenou uma “resposta completa e urgente” às detenções, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Cho Hyun, expressou “profunda preocupação” e anunciou a formação de uma força-tarefa para lidar com a crise. Cho destacou que a Coreia do Sul busca garantir que “os interesses de nossos cidadãos e as atividades econômicas de nossas empresas não sejam injustamente violados”.

Ontem (7), o governo sul-coreano anunciou que havia chegado a um acordo com os EUA para liberar os detidos. Kang Hoon-sik, chefe de gabinete presidencial, explicou que as negociações foram concluídas e que apenas “trâmites administrativos” restam para que os trabalhadores sejam repatriados. Um voo fretado será enviado para trazer os cidadãos sul-coreanos de volta ao país, evitando assim deportações formais e possíveis humilhações dos cidadãos.

A crise ocorre em um momento delicado nas relações entre os dois países. A Coreia do Sul é um dos maiores investidores asiáticos nos EUA, com US$ 350 bilhões em investimentos prometidos. No entanto, tensões comerciais e divergências sobre acordos têm surgido desde o início do governo Trump.

A operação também expôs uma vulnerabilidade no modelo de expansão internacional das empresas sul-coreanas no território norte americano. Muitas dependem de vistos de curta duração (como ESTA ou B1/B2) para rotacionar engenheiros e técnicos em projetos no exterior, uma prática que agora está sob escrutínio .

Neste momento, vários empreendimentos de investimentos sul-croeanos, cerca de cinco fábricas, encontram-se paralisados ou suspensos devido a este evento.

Empresas como LG Energy Solution e Hyundai suspenderam completamente viagens de negócios para os EUA e retorno de funcionários em missão no país. Um executivo em Seul resumiu o sentimento: “Tratam nossos trabalhadores como criminosos por construir fábricas que o próprio governo americano solicitou”.

A operação na Geórgia está alinhada com a promessa do presidente Trump de deportar 1 milhão de imigrantes com documentação inadequada anualmente. 

Nas redes sociais, Trump defendeu a operação: “Eles eram imigrantes ilegais e o ICE estava apenas fazendo seu trabalho”.

Os representantes de ambos os países deverão se encontrar novamente nesta semana para decidir sobre negociações futuras.


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Sobre o autor

Jornalista formada pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Apaixonada por música, cultura pop e línguas estrangeiras. Sugestão de pautas: ylanalira@hotmail.com

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