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21 anos de música, anime e conexão com fãs ao redor do mundo – Entrevista Seven Oops

Entrevista: Guto Togo e Nini Vasconcelos

Booking, edição, tradução: Guto Togo

Design: Jessica Fernandes

O Seven Oops, banda formada há 21 anos em Okinawa, Japão, conquistou fãs ao redor do mundo com suas músicas cheias de emoção e energia. Conhecidos por trilhas sonoras marcantes em animes como Shigatsu wa Kimi no Uso e Naruto Shippuden, o grupo também se destaca por sua trajetória independente, gerenciando a própria empresa “Oops Inc.” e mantendo seu núcleo de criatividade e alegria musical. Recentemente, eles realizaram seu primeiro show no Brasil, estreitando ainda mais a conexão com fãs latino-americanos e mostrando como a música pode atravessar fronteiras.

Em entrevista exclusiva para a Time HIT!, Seven Oops fala sobre o processo criativo de suas músicas, curiosidades das músicas temas, a vontade de conhecer mais o Brasil e muito mais.

Time HIT!: Vocês contribuíram para as trilhas sonoras de alguns animes, incluindo os aclamados “Shigatsu wa Kimi no Uso” e “Naruto Shippuden”. De que maneiras sentem que sua música ajudou a transmitir histórias e emoções aos espectadores? 

MAIKO: Nossas músicas “Shigatsu wa Kimi no Uso” e “Lovers”, tema de Naruto Shippuden, foram ambas compostas após recebermos o convite para os respectivos animes. Por isso, as letras foram escritas de forma a se encaixar perfeitamente nas cenas e situações da história. Por exemplo, eu escrevi a letra de “Lovers”, e na época, a relação entre Naruto, Sasuke e Sakura estava passando por um momento de separação, então fiz questão de que a letra refletisse essa fase. Sasuke pensando no Naruto, Naruto pensando no Sasuke, Sakura com seus próprios sentimentos… cada um carregando sua emoção. Mas essa letra não fala apenas sobre o anime; em “Lovers”, também projetei os meus próprios sentimentos e pensamentos pessoais sobre o significado de “amar alguém”.

Time HIT!: Recentemente, vocês fizeram seu primeiro show no Brasil. Como foi a experiência? O que mais os surpreendeu?

KEITA: Não é exatamente uma palavra específica, mas… já há bastante tempo, por meio do YouTube, Instagram e outras redes sociais, recebemos muitos comentários de fãs do Brasil. Mensagens como “venham um dia ao Brasil!” ou “quero ver Lovers ao vivo vestindo a camiseta!”, realmente muitas mensagens assim. Mas por muito tempo não conseguimos ir. Então, quando no ano passado finalmente ficou decidido que iríamos ao Brasil, vimos vários comentários dizendo “finalmente vocês vêm!” ou “estamos muito felizes!”, e isso me deixou imensamente feliz.

NANAE: Durante o show no Brasil, uma pessoa do público me disse, chorando: “Eu ouvia as músicas do Seven Oops nos momentos difíceis, elas me deram muita força.” Fiquei profundamente tocada e muito feliz com aquelas palavras.

Time HIT!: O Seven Oops foi formado há 21 anos em Okinawa, quando vocês ainda estavam no ensino médio. Naquela época, vocês imaginavam que cresceriam da cena local para ter milhares de fãs em todo o mundo? Olhando para trás, que palavras diriam agora ao Seven Oops de 2004, cheio de sonhos e sem saber o que o futuro reservava?

NANAE: Quando começamos, eu sonhava em tocar ao vivo em muitos lugares, mas nunca imaginei que esses sonhos realmente se tornariam realidade! Para a minha versão do ensino médio, eu diria: “Daqui a 21 anos, você estará se apresentando no Brasil!

KEITA: Eu diria:Haverá muitas dificuldades e desafios, mas se você continuar acreditando no poder da música e nunca desistir, muitos sonhos se realizarão. Aguente firme!

MAIKO: Vindo de uma ilha tão pequena como Okinawa e poder abrir nossas asas para o mundo ainda parece um sonho! Para a minha versão do ensino médio, eu diria: “Haverá momentos difíceis, mas em 2025 você conhecerá pessoas incríveis no Brasil. Então siga em frente sem hesitar!

Time HIT!: Nos últimos 20 anos, vocês passaram de um começo indie para temas de anime, agora para palcos internacionais. Em meio a todas essas mudanças, o que vocês diriam que é o “núcleo” imutável do Seven Oops?

NANAE: Acho que é “a alegria da música”. Quando nós nos divertimos fazendo música, as pessoas que escutam conseguem sentir essa mesma alegria e talvez seja assim que ela se espalha, até mesmo do outro lado do mundo.

Time HIT!: O lançamento mais recente é o álbum “Seven Pops” (2024). Como vocês acham que ele reflete os 20 anos de crescimento, tanto individualmente quanto como banda? Que mensagem ou emoções vocês especialmente queriam transmitir?

KEITA: Como o título sugere, é um álbum no qual examinamos novamente  o “pops” do Seven Oops e o refinamos ainda mais. Após 20 anos, também é uma declaração de que continuaremos fazendo POPS daqui para frente.

Time HIT!: Durante a produção de “Seven Pops”, houve algo que realmente os surpreendeu ou causou dificuldade? Como vocês superaram isso?

KEITA: Sempre existem momentos em que a melodia ou a letra certa simplesmente não aparecem. Quando isso acontece, o único jeito é continuar procurando até que finalmente surjam.

Time HIT!: Agora, vocês estão administrando a própria empresa, “Oops Inc.”, enquanto trabalham como banda independente. Equilibrar o lado criativo da música com o lado comercial deve ser difícil. Dito isso, qual é a parte mais complicada dessa jornada?

MAIKO: Quando estávamos contratados por uma agência, nosso único trabalho era compor músicas e nos apresentar, mas sempre havia restrições. Desde que nos tornamos independentes, discutimos entre nós como queremos que nosso futuro seja, e então escolhemos nosso trabalho e criamos livremente. Se os resultados forem bons ou ruins, somos nós que tomamos as decisões e agimos, então não há arrependimentos!

Time HIT!: A música “Lovers”, para Naruto Shippuden, já foi vista mais de 80 milhões de vezes no YouTube e continua sendo amada por gerações. Sabendo disso, gostaríamos de saber: Quem é seu personagem favorito de Naruto e por quê? Além disso, se vocês fossem ninjas nesse mundo, de qual vila viriam e qual seria seu “nindo” (caminho ninja)?

NANAE: O meu personagem favorito: Iruka-sensei. Admiro como ele sempre cuidou de Naruto com bondade, mesmo quando a vila o rejeitava. E se eu fosse ninja: Seria da “Vila Oculta da Folha”. Meu nindo seria “proteger meus amigos”, assim como o de Gaara mudou depois de conhecer Naruto.


KEITA: O meu personagem favorito é o Jiraiya. Ele é engraçado, pervertido, sempre brincando, mas quando luta, é super forte e um dos Sannin Lendários, isso é muito legal. Se eu estivesse no mundo de Naruto não seria um ninja. Seria um viajante indo de vila em vila, às vezes atacado, às vezes ajudado por ninjas.

MAIKO: Já o meu personagem favorito… Na verdade são muitos, mas admiro demais o Rock Lee. Seu esforço sincero é inspirador. Eu quero ser alguém que reconheça e desperte minhas próprias habilidades como ele faz. Se eu fosse ninja definitivamente seria da “Vila Oculta da Folha”. Meu nindo seria como o de Tsunade: proteger meus companheiros e a vida das pessoas.” Sempre me interessei por trabalho médico, então esse caminho faz sentido para mim.

Time HIT!: Existem animes com os quais vocês ainda não trabalharam, mas que gostariam de criar música? O que neles os inspira musical ou pessoalmente?

NANAE: Detective Conan. Sempre adorei mistérios desde pequena, e especialmente Conan! Não apenas o anime, mas também os vários filmes, estou sempre curiosa para saber o que vem a seguir.

KEITA: Dandadan. Tem uma vibe divertida e pop que combina com o mundo do Seven Oops. Além disso, é uma série realmente divertida, então adoraria fazer a música tema.

MAIKO: Kingdom! O sonho do protagonista de se tornar um grande general e seu caráter direto me emocionam muito. Não é exatamente algo do estilo do Seven Oops, mas é justamente por isso que eu adoraria encarar o desafio com um som cru e poderoso.

Time HIT!: Se vocês fizessem um encontro de fãs no Brasil, o que incluiriam para torná-lo inesquecível?

NANAE: Adoraria saber qual é o anime favorito de cada um! E talvez fazer um quiz de abertura de músicas de anime para animar todo mundo!

KEITA: Queria que os fãs me ensinassem a sambar! Adoraria vivenciar as tradições e a cultura brasileira juntos.

MAIKO: Poderíamos passar o microfone e cantar juntos. Experimentar instrumentos brasileiros, jogar jogos de tabuleiro simples, talvez até um jogo de mímica! Eu realmente só quero passar tempo e me divertir com todos.

Time HIT!: O Brasil é um pais multiétnico, portanto, há uma cultura muito forte e famosa. Que parte da cultura brasileira vocês gostariam de vivenciar pela primeira vez?

NANAE: Adoraria ir a um grande estádio de futebol e assistir a uma partida. Não sei muito sobre futebol, mas quero sentir a energia da torcida no Brasil!

KEITA: O Carnaval! Cantar, dançar, beber a noite toda e, claro, assistir às paradas de samba ao vivo!

MAIKO: Quero ver a música e a dança brasileiras e realmente experimentar eu mesma! Além disso, adoraria visitar o Rio Amazonas.

Time HIT!: A música japonesa está se tornando cada vez mais popular ao redor do mundo. Como vocês veem essa expansão global e como querem que o Seven Oops contribua para ela?

NANAE: Fico muito feliz que, através dos animes, pessoas do mundo inteiro estejam descobrindo a música japonesa e até outras partes da cultura do Japão! Queremos continuar espalhando a mensagem: “O Japão está cheio de animes incríveis, e as músicas são igualmente incríveis!

Time HIT!: O Japão já é um destino turístico popular, mas qual parte da cultura japonesa vocês acham que o mundo ainda não descobriu?

MAIKO: Cada região do Japão tem seus próprios festivais tradicionais e artesanatos. Nossa banda é de Okinawa, uma ilha ao sul que desenvolveu uma cultura única, influenciada pela China e pelos EUA. Isso pode ser visto na música, no Castelo Shuri da Era Ryukyu, nas estátuas de leões Shisa que protegem as casas e, claro, no Sanshin (um instrumento encontrado apenas em Okinawa). Espero que as pessoas possam vivenciar essas culturas únicas que só existem em cada região.

Time HIT!: O Japão é diverso e cheio de entretenimento, com muitas opções para lazer e hobby. Sabendo dessa curiosidade, queremos saber: possuem algum o hobby pessoal?

KEITA: Adoro viajar com minha esposa. Já viajamos por todo o Japão e, no ano passado, até fomos para a Coreia. Agora que descobri como o Brasil é maravilhoso, adoraria levá-la para lá um dia também.

Time HIT!: O ano de 2025 marca o 130º aniversário da amizade entre Brasil e o Japão. Apesar das diferenças culturais, o que vocês acham mais fascinante na cultura brasileira?

MAIKO: Nunca vi capoeira, então adoraria assistir ao vivo! Também aprendi sobre uma dança de casal chamada forró, adoraria ver isso também. E os esportes de praia no Brasil parecem tão empolgantes!

Time HIT!: Para em encerrarmos essa entrevista de forma especial] vocês têm uma mensagem para os fãs no Brasil e na América Latina que os apoiam de longe?

NANAE: Muito obrigada por sempre nos apoiarem! É emocionante saber que tantas pessoas no Brasil escutam nossa música, mesmo estando tão distantes. Todos aí são tão calorosos e realmente apreciam a música de coração, eu adoro isso! Mal posso esperar para me apresentar no Brasil novamente!

KEITA: Sou mestiço com mexicano e nasci no México, mas o primeiro país latino em que me apresentei foi o Brasil. Quero muito voltar para mais shows no Brasil e em toda a América Latina!

MAIKO: Visitar o Brasil pela primeira vez em julho foi absolutamente incrível! Pude experimentar um pouco da cultura, e todos eram tão encantadores e cheios de amor. Sou muito grata por pessoas tão distantes conhecerem e apoiarem nosso trabalho. Faremos o possível para voltar ao Brasil em breve!

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Videoclipe oficial de “夜明け(Yoake)” (Créditos: Reprodução/Canal Oficial do Seven Oops/Youtube)

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