O cancelamento de um evento de fansign do LE SSERAFIM em Xangai, programado para 14 de dezembro, tornou-se o mais recente capítulo de uma onda de suspensões de atividades culturais com participação japonesa na China.
O anúncio foi feito pela plataforma Makestar, que citou “força maior” após discussões internas. Antes da decisão final, organizadores chineses sugeriram realizar o evento sem as integrantes japonesas, SAKURA e KAZUHA, mas o LE SSERAFIM recusou e optou pelo cancelamento.
Este caso ocorre em meio a um clima de deterioração nas relações sino-japonesas, que teve início após declarações da primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, em 7 de novembro. Na fala, a primeira-ministra sugeriu que Tóquio apoiaria Taiwan caso a ilha fosse ameaçada por Pequim.
A declaração foi vista em Pequim como um desvio significativo da posição tradicional do Japão, estabelecida em um comunicado de 1972, no qual o país reconhecia a política de “Uma China”. A resposta chinesa foi imediata e firme, com diplomatas usando linguagem forte e ameaçando contra-medidas.
A retaliação chinesa rapidamente se estendeu à esfera cultural, afetando alguns dos produtos de exportação mais populares do Japão. Segundo relatos, mais de 20 eventos programados entre o final de novembro e o início de dezembro foram cancelados com pouco aviso prévio.
O cancelamento do LE SSERAFIM expõe como a indústria do K-pop, que forma grupos multinacionais com chineses e japoneses, é afetada por tensões geopolíticas. Empresas coreanas acompanham o caso, receosas de que a situação resulte em um boicote cultural mais amplo.
A situação é especialmente delicada porque a indústria ainda sofre os efeitos de uma proibição não oficial de nove anos de shows de K-pop na China, instituída após a disputa pelo sistema de defesa antimíssil THAAD em 2016.

