Quem não se lembra da clássica música de abertura que, particularmente, eu demorei um pouco para pegar a parte do “Ninjas se amarram em macarrão”. “Pucca é animada, Pucca é levada, pá, pá, pá!”?
Pois é, foi anunciado hoje, dia 3 de novembro, através do perfil oficial no Twitter, que a nossa queridinha Pucca vai entrar na nova era digital: a Web3.
Mas afinal, o que é a Web3?
A Web3 é o nome dado à nova fase da internet. Enquanto a internet atual (a chamada Web 2.0) é gerida por grandes empresas como Google, Meta e Amazon, a Web3 propõe algo diferente: uma rede mais livre, descentralizada e participativa, onde os próprios usuários têm mais controle sobre seus dados e seu dinheiro digital.
Ela funciona com base em uma tecnologia chamada blockchain, que registra tudo de forma aberta e segura, sem depender de um “chefe” ou empresa central.
Isso significa que em vez de apenas consumir conteúdo ou entregar informações de graça, as pessoas passam a ser donas do que é delas, como suas fotos, moedas digitais (tokens), ou até itens virtuais chamados NFTs.
A Web3 também traz o uso de Inteligência Artificial e contratos inteligentes, criando experiências personalizadas, mas com mais transparência e segurança, ou seja, é uma internet feita pelas pessoas e para as pessoas, onde todos podem participar, decidir e construir juntos. No entanto, muitos internautas e fãs da era 2000, receberam essa notícia com uma certa percepção negativa e preocupação, não diretamente pela expansão da Pucca, mas sim pela utilização da IA na nova era.
E é justamente nesse novo universo digital em que Pucca está entrando. A personagem coreana, famosa por seu cabelo em coques vermelhos e sua eterna perseguição ao ninja Garu, está se reinventando com o apoio das plataformas Base e OpenSea, dois grandes nomes da Web3.
O projeto, batizado de Pucca World, promete unir tecnologia, entretenimento e participação dos fãs em uma nova experiência interativa, algo que muitos já estão chamando de o “Sanrio da Web3”, uma referência ao império da Hello Kitty.
Com mais de 20 anos de história, Pucca é um dos rostos mais reconhecidos da cultura coreana. Foram mais de 2 bilhões de dólares em vendas, presença em mais de 170 países e colaborações com marcas gigantes como Netflix, Disney, McDonald’s, KFC, Cartoon Network e Samsung.
Antes mesmo de existir o termo “Hallyu” (a famosa onda coreana), Pucca já representava o poder da cultura pop da Coreia pelo mundo. Agora, ela volta aos holofotes apostando na tecnologia blockchain, que promete aproximar, ou pelo menos tentar conectar a sua comunidade global de fãs de uma forma inédita.
O novo projeto quer transformar os fãs em participantes ativos do universo Pucca.
Por meio de NFTs, tokens e experiências digitais, será possível colecionar itens, interagir no universo digital e até “possuir” uma parte da marca.
Cada NFT virá com uma quantidade de tokens e quanto mais raro for o item, maiores serão as recompensas e benefícios dentro do futuro “Pucca IP Token”, a moeda digital da personagem.
Mesmo duas décadas depois de sua estreia, Pucca segue forte entre as novas gerações.
Somente no TikTok, o vídeo “Como fazer o cabelo da Pucca” já acumula 4,5 milhões de visualizações. Seus canais oficiais no YouTube somam mais de 1,8 milhão de inscritos, com conteúdo que mistura humor, moda e música, conectando públicos de diferentes idiomas e culturas.
Agora, essa presença ultrapassa as telas e chega também às carteiras digitais, o espaço onde se guardam moedas e NFTs dentro da blockchain.
Segundo o anúncio, o lançamento dos NFTs é apenas o primeiro passo.
A equipe por trás do projeto já negocia novas parcerias com outras marcas coreanas, o que indica que o “Pucca World” será apenas o começo de um universo digital ainda maior, reunindo celebridades, K-pop e cultura digital.
Com isso, Pucca deixa de ser apenas uma lembrança dos anos 2000 e se transforma em um símbolo de reinvenção cultural, um ícone nostálgico que agora se adapta à nova geração conectada da Web3.
Nas palavras de uma millennial de 96: a Pucca, que foi o tema do meu aniversário de 12 anos, agora está entrando em uma nova era, unindo nostalgia, tecnologia e cultura coreana para criar um novo tipo de conexão entre marcas e novos públicos. Ainda assim, a presença da Inteligência Artificial na criação artística desperta algumas reflexões sobre o que se perde com seu uso.
Resta saber se essa versão digital vai conseguir manter o mesmo charme que encantou toda uma geração.
E você? Está conhecendo a Pucca agora ou também viveu a época em que ela dominava tudo?
Fonte: (1),(2),(3)

