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Orçamento extra e jornada de 52 horas: entraves nas negociações entre governo e oposição na Coreia do Sul

O governo e o Congresso da Coreia do Sul avançaram, nesta terça (4), nas discussões sobre um orçamento extra, mas divergências políticas continuam impedindo um acordo definitivo. Enquanto o Partido do Poder Popular (PPP, conservador), de situação, exige que a oposição peça desculpas por cortes no orçamento, o Partido Democrata (DP, progressista) pressiona o governo por mais cooperação. Além disso, um ponto crucial da negociação envolve a possibilidade de exceção à jornada semanal de 52 horas para trabalhadores do setor de semicondutores, tema que gera controvérsias entre parlamentares e sindicatos.

Na reunião desta semana entre representantes do governo e líderes partidários, ficou acertado que o debate será levado ao 4º Conselho de Estado e Parlamento, fórum de negociação que contará com a presença do vice-primeiro-ministro Choi Sang-mok, do presidente da Assembleia Nacional Woo Won-shik, do líder interino do PPP, Kwon Young-se, e do presidente do DP, Lee Jae-myung. A expectativa é que as negociações avancem já no início da próxima semana.

Além do orçamento extra, outro ponto de forte debate é a possibilidade de flexibilização da jornada semanal de 52 horas para trabalhadores do setor de semicondutores, e este tema divide profundamente o setor de tecnologia e os sindicatos. Enquanto as empresas de semicondutores defendem maior flexibilidade para os pesquisadores e engenheiros trabalharem além do limite semanal atual, os sindicatos argumentam que isso poderia abrir brechas para a exploração dos trabalhadores.

No entanto, visando atrair o eleitorado moderado e demonstrar pragmatismo econômico, o líder do DP, Lee Jae-myung, indicou que está aberto à negociação. Em uma reunião sobre o tema no dia 3 de fevereiro, Lee declarou: “Se especialistas altamente qualificados do setor concordarem, por que não permitir que trabalhem mais horas quando necessário? Se me perguntarem por que não pode, não tenho resposta.”.

Essa fala de Lee sinaliza uma mudança na posição do DP, que antes era mais alinhado aos sindicatos. Porém, líderes trabalhistas já manifestaram forte oposição, e dentro do próprio partido há quem defenda mais cautela na decisão.

Com a reunião do Conselho de Estado e Parlamento marcada para a próxima semana, o desfecho das negociações sobre o orçamento extra e a flexibilização da jornada de trabalho segue incerto. O PPP mantém sua postura firme, enquanto o DP tenta equilibrar as demandas do setor econômico e a pressão dos sindicatos.

O debate reflete não apenas uma disputa legislativa, mas também um cenário político cada vez mais voltado para as eleições presidenciais. As decisões tomadas nas próximas semanas podem influenciar significativamente o futuro da política e da economia sul-coreana.

Fonte: (1)

Sobre o autor

Estudante de Jornalismo pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), escrevo sobre geopolítica e outras coisinhas :)
Para sugestões de pauta: jjoanaelen@gmail.com

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