E eis que temos entre nós nosso primeiro grande e oficial “K-Drama brasileiro”.
Desde que foi anunciado pela HBO Max que viria ao ar, muita expectativa foi criada, assim como a ansiedade de como a história iria se desenvolver, como seriam os personagens e, principalmente, de que maneira se desenrolaria essa junção de K-pop, Brasil e Coreia do Sul. E como todo início de um novo projeto, tivemos erros e acertos ao decorrer dos episódios.
A história fala de Carolina (Sharon Cho), uma garota descendente de coreanos que tem uma peculiaridade: ela simplesmente odeia qualquer coisa ligada à Coreia. Ela procura evitar ter de falar com as pessoas enfiando a cara nos livros, assim como procura fazer sempre seus trabalhos sozinha. De quebra, ela ainda tem de trabalhar para a tia Luísa (Julia Rabello) no café da família, onde a garota faz basicamente todas as funções, enquanto sua prima, com um ar de empreendedora, toma conta do negócio. Isso sem falar na paixão de Carol pelo balé, que é o que a move no decorrer da história, enquanto ela procura entrar em um concurso após ser rejeitada por sua professora de dança, e assim provar que é bem capaz de alcançar seus sonhos.
Logo de cara podemos ver que a onda de cultura coreana não é uma coisa isolada, e sim uma febre que atinge praticamente todos os jovens e até adultos – como é o caso de Vera (Brenda Lígia), mãe de Diguinho (Lucas Deluti), que é apaixonada por doramas, ops, quer dizer, K-dramas.
Aí é que entra nosso outro ponto central da história, o grupo ACT, que é o “maior grupo de K-pop de todos os tempos”. Já não bastasse Carol odiar K-pop, pra piorar a situação, a prima dela ainda por cima resolve transformar o café em um local temático, e com a cara do grupo famoso. E quando a gente acha que não pode piorar para o lado dela, um portal é formado no guarda roupa de Carol, que permite que o bad boy Kyung (Kim Woojin, solista) viaje através dele até chegar ao Brasil. O grupo também é composto pelo doce Daeho (Jinkwon, líder do NewKidd), o animado Mok (Lee Minwook) e o gentil Chul (Yoon Jaechan).
A partir daí é confusão atrás de confusão.
Carol e Kyung, que é o líder do ACT e está procurando evitar a Coreia após ter tido um lapso em uma apresentação, decidem entrar em um acordo que seja benéfico para os dois: ele vai ajudá-la a melhorar sua dança, achar o que falta para ser uma artista completa, com a condição de que ela permita que ele fique no quarto de Carol enquanto busca inspiração para a letra do próximo comeback.
A premissa da história é muito interessante e realmente te faz querer descobrir como o enredo todo vai se desenvolver. O que acaba prejudicando um pouco são os clichês mal trabalhados durante a série, que acabam saindo forçados e não naturais como deveriam ser, e se repetem tantas vezes que chega a cansar.
Em determinados momentos é perceptível que certas coisas que deveriam ter uma explicação detalhada simplesmente acontecem, sem um motivo ou razão óbvia, só acontecem, o que torna o enredo fantasioso em um nível duvidoso.
Em contrapartida temos a química entre os atores, o que dá pontos positivos para a série. Isso sem falar no fato de que conseguiram colocar atores que não falam a língua um do outro para contracenarem juntos e ainda assim não ficar estranho ou fora de ordem. Só pelo fato da produção ter conseguido pegar idols para colocar no papel dos principais já é um grande feito.
O triângulo amoroso – composto por Carol, Kyung e Daeho – mesmo sendo clichê, é o que definitivamente mais chama a atenção, afinal, foi difícil não roer as unhas enquanto torcia pela garota na sua difícil escolha.
Mesmo com os pequenos “defeitos” que a produção deixou escapar, é uma série que merece ser assistida, para assim termos engajamento e abrirmos as portas para outras oportunidades e chances em nosso solo brasileiro. Para uma primeira produção brasileira/coreana, eu posso dizer que eles estão de parabéns. Que venham mais dramas brasileiros!
Trailer da série:
