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São Paulo, 01 de novembro de 2025
Intenso e magnético
Sexta-feira, dia 31 de outubro, foi marcado pelo show da banda japonesa de punk Otoboke Beaver, em apresentação organizada pela 30e. O espaço do Cine Joia estava completamente cheio e o público não apenas acompanhou, mas se jogou de corpo inteiro na experiência: pulou, gritou, cantou todas as músicas e formou rodas animadas de bate-cabeça que transformaram o local em uma celebração coletiva.
O quarteto japonês, composto por Accorinrin (vocal), Yoyoyoshie (guitarra e vocal), Hirochan (baixo e vocal) e Leo (bateria), mostrou que o punk pode ser tanto caótico quanto cênico. Mais do que tocar, as integrantes atuavam em cima do palco, transformando cada faixa em uma pequena performance.
Os gestos de Accorinrin, sempre intensos e quase hipnóticos, criavam uma conexão direta com o público. Sua presença magnética, entre a irreverência e o domínio, fazia o público rir, gritar e acompanhar cada movimento, mesmo sem compreender todas as palavras.
Yoyoyoshie, por sua vez, foi o elo entre a energia das cordas e a interação com os fãs. A guitarrista se comunicava com o público em inglês, com muito carisma. Elas também arriscaram algumas falas em português, como “obrigado” e “vamos curtir.
Em determinado momento, a guitarrista comentou: “Ficamos muito felizes de vir ao Brasil. Vocês são nossos principais ouvintes no Spotify e a agora podemos nos considerar amigos”, arrancando aplausos calorosos.
Accorinrin também expressou o carinho com o público brasileiro. “O Brasil é muito longe do Japão, mas vocês sabem cantar todas as músicas. São os fãs número um!”, declarou antes de apresentar duas novas faixas, recebidas com a mesma empolgação das mais conhecidas.
Já se encaminhando para o final do show num dos momentos mais animados da noite, Yoyoyoshie subiu em uma boia em formato de castor, uma brincadeira com o nome da banda, já que beaver significa “castor”, enquanto o público a carregava de um lado a outro.


Yoyoyoshie em cima de uma boia de castor no show do Cine Joia. Créditos: Foto por Carol Tomé
Ao final da apresentação, HIT conversou com alguns fãs da plateia sobre sua experiência no show, Ana Karolina comenta: “Adorei o show! Eu nem entendi quando acabou, porque ela saía e voltava, jogava o microfone no chão, voltava de novo, foi muito legal! E a guitarrista subiu na boia de castor, eu amei”.
Para Mauro, que conheceu a banda em um vídeo dos Foo Fighters, a apresentação superou as expectativas: “Foi sensacional, uma atmosfera incrível. Energia nota dez”.
Eduardo complementa: “Vim pelo convite de um amigo meu, e elas são uma banda que achei sensacional, uma banda punk japonesa, adorei a atmosfera do show, uma a energia sensacional”.
Mesmo para quem foi por curiosidade ou já era fã, a noite acabou em catarse coletiva. O som estava nítido, a organização impecável e o clima de celebração tomou conta. No palco, as quatro artistas mostraram que o punk japonês não é apenas som, é expressão, movimento e emoção.
Setlist:
- “Yakitori”
- “Akimahenka”
- “Bakuro Book”
- “S’il vous plait”
- “I won’t dish out salads”
- “Datsu . Hikage no onna”
- “Love Is Short”
- “Ippusu” (Nova música, ainda não lançada)
- Nome desconhecido (Nova música, ainda não lançada)
- “Introduce me to your family”
- “What do you mean you have talk to me at this late date?”
- “Don’t light my fire”
- “Buddy Holly” (Weezer cover)
- “PARDON?”

