É estranho pensar que pessoas que foram tudo, agora não passam de lembranças, e planos de “onde você se vê daqui dez anos” seriam motivos de piada. O tempo é relativo, e como o Stray Kids diz em sua nova OST, “WHY?”: “A idade é apenas um número, sim, não me importo com isso/Eles não seguem o mesmo caminho que nós”.
Vivemos uma sociedade que pressiona o agora e teme o amanhã.
Aos 18 anos eu desisti de um curso de prestígio numa faculdade estadual. Aos 30 minha cunhada se demitiu de um emprego e mudou completamente de área. Uma amiga se formou no Ensino Médio, engatou a faculdade e apesar de alguns surtos nunca pensou em mudar de área. Outra já passou por tantas áreas que perdemos as contas.
O que marcou muito todas essas escolhas foi o julgamento de pessoas próximas e queridas. Os questionamentos sempre focados na incerteza, “e se não der certo?”.A falha era não perceber que já não estava dando certo, que a mudança ou a escolha de ficar eram sinais de coragem e vontade de melhorar.
Vivemos uma sociedade que pressiona o agora e teme o amanhã.
(Quem?) Todos fazem o mesmo, mas por que não conseguem nos entender? (Quando?) Todos os dias, todas as noites, eles não conseguem parar com o “Blá-blá-blá” (Onde?) Eles estão por toda parte, por toda parte, parecendo hienas famintas O que eles querem? Como vou sobreviver? Fazemos as mesmas ações, mas somos as vítimas (por quê?)WHY? – Stray Kids
É no mínimo irônico que tenhamos que sacrificar tudo agora, pela promessa de tempos melhores, especialmente ao viver períodos de crises (emocionais, financeiras, climáticas). Ao mesmo tempo em que falamos extensivamente de cuidados da saúde, física e mental, e da necessidade do descanso ativo, também passamos mais tempo trabalhando e na correria para tentar garantir suportes para o futuro.
Aos 18 anos eu desisti de um curso de prestígio numa faculdade estadual para não desistir de viver. Foi um período de incerteza, autoconhecimento e medo, porém era melhor do que os sentimentos e pensamentos que me atormentavam antes. E, olhando para trás, uma década depois, não posso deixar de ter orgulho de uma versão minha que se aventurou a ser mais feliz.
Cada um de nós tem diversos propósitos em estar vivo e eles podem mudar de acordo com nossas decisões – gosto de pensar que vivemos para encontrar as pequenas felicidades de viver, seja ao comer um doce, viajar com amigos ou fazer escolhas que alterem todas as nossas perspectivas. Não deixe a pressão do tempo te fazer perder a vontade de seguir seus sonhos e de ser feliz.
Design: Darlís Santos / @darlis___santos