Texto: Natasha Guedes
Design: Vicky Barros
Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2024
Artisticamente conhecido como pH-1, Park Jun-won é um rapper coreano-americano cujo som atrai pela batida e eu lírico que reflete uma personalidade tão identificável. Seu primeiro trabalho completo de estreia foi com o EP “The Island Kid” em 2017, e, dois anos depois, quando lançou seu primeiro álbum, “HALO”, consolidou sua presença na cena do rap.
Desde o início, pH-1 demonstrou um estilo diferente, focado em letras e mensagens introspectivas, se destacando entre os temas mais convencionais do hip-hop. Sua trajetória é um pouco peculiar: nascido na Coreia do Sul, ele se mudou com a família para Nova York quando tinha cerca de 12–13 anos. Após se formar em biologia no Boston College, ele trabalhou como assistente de dentista e, mais tarde, numa empresa de desenvolvimento web, onde pôde explorar um lado mais criativo. Um tanto quanto distante da sua atual realidade em que se expressa por meio de versos e batidas de música.
Foi pelo Instagram que surgiu a oportunidade de alavancar de vez sua carreira musical. Jay Park, que estava montando uma gravadora de forma independente, enxergou potencial em Park Jun-won para expandir seu catálogo. Assim, ele o convidou para se juntar à então recém-formada H1GHR Music, levando-o de volta à Coreia do Sul em 2016 para firmar seus passos na indústria.
Foi nessa fase que nasceu o nome artístico pH-1. A escolha reflete sua identidade multicultural: o “p” representa seu sobrenome, Park, enquanto o “H” faz referência ao seu nome em inglês, Harry, e o “1” pode ser lido como “Won”, de seu nome coreano, Jun-won. Essa combinação é como uma demonstração de sua trajetória dividida entre duas culturas e dois países.
Letras sinceras, batidas melódicas, eu lírico divertido e identificável
pH-1 se destaca por letras sinceras e introspectivas, combinadas com batidas melódicas que trazem um frescor ao seu som. Suas músicas exploram temas pessoais e cotidianos de maneira honesta, em uma abordagem que propõe revelar quem ele realmente é, de forma natural e descontraída.
Em “Homebody”, ele expõe a importância de ter um tempo para si, o momento de introspecção e preguiça que é ficar em casa, como uma apreciação pela própria solidão, enquanto em “Like Me” reflete suas inseguranças acerca das suas conquistas e personalidade, algo que acontece de forma semelhante em um de seus maiores sucessos, “Nerdy Love”. São temas pouco explorados no hip-hop, mas que ele aborda com suavidade e até mesmo um certo alívio cômico, oferecendo uma perspectiva em que muitos se identificam. Dessa forma, a sua construção lírica é uma das bases de seu sucesso, mostrando-se gente como a gente.
Trabalhos de destaque
Além de seus próprios sucessos, pH-1 também é conhecido por suas colaborações com outros artistas. Uma de suas parcerias mais recentes foi com Lee Young Ji em “FLAT COKE”, onde a química entre os dois rappers foi a peça-chave para a música, tornando-se um clássico instantâneo. Outro destaque foi sua colaboração com Jooyoung na faixa “Planet Girl”, que mescla elementos de R&B e rap, mostrando sua versatilidade.
O rapper também colaborou com idols do K-pop como YUQI, do (G)I-DLE, com “Drink It Up”, e TZUYU, do TWICE, na faixa “Lazy Baby”, em sua estreia solo. Outra colaboração importante foi com o TXT na música “0X1=LOVESONG (I Know I Love You)”. Essas parcerias permitiram que pH-1 expandisse sua audiência e conquistasse mais pessoas pelo seu talento.
Além disso, o rapper ganhou destaque no “Show Me the Money 777” de 2018, e em 2023 participou como mentor no “Boys Planet”, sendo visto como o Rap Master da temporada, oferecendo orientação aos trainees.
Legado
De Nova York a Seul, pH-1 se consolidou por meio de sua carreira que abraça honestidade, fazendo de temas tão cotidianos e sinceros o centro de suas composições. No entanto, ele também se desafia e expande sua perspectiva, demonstrando não ter medo de alçar novos voos e públicos, mantendo sua essência do começo ao fim.
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