HIT!Filmes, Matérias

HIT!Filmes: “12.12: O Dia” expõe passado escondido para evitar um futuro sombrio

Revisão: Giovana Baroni
Design: Barb

São Paulo, 27 de abril de 2024.

A HIT! teve acesso antecipado ao filme sul-coreano “12.12: O Dia” (2023), que chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (24). Por isso, trouxemos uma pequena resenha para você saber o que esperar desse longa. Confira: 

A produção é baseada em acontecimentos reais e descreve, pela perspectiva do quartel, a noite gélida de 26 de outubro de 1979 em Seul. Naquele dia, o até então presidente e ditador sul-coreano, Park Chung-Hee, foi morto, o que colocou fim ao seu governo repressor de 18 anos. Entretanto, esse seria o começo de mais um triste fato na linha do tempo da Coreia do Sul. 

O antagonista, Comandante de Segurança, Chun Doo-gwang (Hwang Jung-min), é um personagem que provoca certo desprezo assim que aparece na tela. Sua imagem física passa longe daquele estereótipo de militar imponente. Entretanto, sua vaidade e síndrome de grandeza são nítidas. Por mais que tenha superiores a quem deve satisfação e obediência, sua feição de desdém é notória mesmo dizendo que fará aquilo que lhe é ordenado. 

Com persuasão, manipulação emocional e sede por protagonismo, o comandante Chun consegue convencer parte do exército a orquestrar um golpe de Estado após a Lei Marcial ter sido declarada e, assim, instaurar novamente uma ditadura militar no país. 

Como vivemos num mundo de contraste entre bem e mal, temos na história o Comandante da Defesa da Capital, Lee Tae-shin (Jung Woo-sung), que foi escolhido para proteger Seul, uma posição muito cobiçada, mas que lhe foi delegada por conta de sua moral inquestionável. 

Ele faz parte da oposição que luta contra os rebeldes por trás do golpe. Por fora, parece inabalável, o soldado perfeito que tem um senso de responsabilidade e dever cravado em sua alma. Entretanto, isso não anula seu lado humano, alguém que tem medo, é esposo, pai, cidadão. 

O exército, então, fica dividido, e boa parte da trama se concentra nesse conflito interno. É angustiante — para dizer o mínimo — como alguns acontecimentos vão se desdobrando a partir daí: o medo e incerteza de alguns oficiais diante da luta pela defesa da nação, as decisões necessárias que não são feitas, o avanço da tragédia bem diante dos nossos olhos. Isso causa um misto de nervosismo, revolta e uma torcida para que aquilo tenha o tão esperado “final feliz”.

Também temos a oportunidade de ter um vislumbre — claro que mais dramatizado — de como estavam os sentimentos de quem lutou nessa guerra, os soldados. Esses indivíduos foram confrontados com um combate que não era exatamente seu, e se viram rodeados por dilemas, além de várias bifurcações morais e sentimentais, nas quais precisavam decidir entre obedecer superiores, poupar a vida de amigos próximos ou preservar seu próprio bem estar e família.

Tensão e reflexão são os dois fatores provocados pelo enredo e pela cinematografia do longa, e é isso que prende o olhar do telespectador. Caminhando para o final, ficou então o gosto amargo de que a injustiça e o mal ainda podem prevalecer a qualquer momento em nossa história. Então fica a pergunta: estamos dispostos a impedir que o passado se repita?

E lembrando que “12.12: O Dia” já está em cartaz nos cinemas brasileiros por meio da distribuidora Sato Company, por isso, não deixe de conferir! 

Comente conosco o que achou da trama caso já tenha assistido ou se está curioso para ver nos cinemas. Até a próxima!

Sobre o autor

Jornalista brasileira explorando o mundo da música, arte, cultura pop e tudo relacionado a K-culture. 📩 Pautas/Suggestion: virginia.bsoliveira@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *