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Elas estão prontas para estremecer a cena! — Entrevista Rolling Quartz

Booking: Carol Steinert
Entrevista: Nini Vasconcelos
Tradução e Revisão: Samuel Eliasafe
Design: Jéssica Fernandes


Recentemente, o Rolling Quartz teve uma conversa exclusiva com a HIT!Magazine. Nesta entrevista, elas falaram sobre empoderamento feminino no mundo do rock, planos futuros, experiências marcantes e muito mais, além de mandarem uma mensagem especial para os fãs brasileiros. 

Time HIT!: Faz alguns meses desde seu comeback poderoso com o single “RE.BOLD”, uma música que transmite o espírito de confiar no momento e saber quem você é. Para o ROLLING QUARTZ, como foi o processo de se descobrir, não apenas como banda, mas também como indivíduos, e encontrar essa confiança?

YEOUNGEUN: Na verdade, percebi que sinto mais confiança quando estou no palco com as integrantes da banda e compartilhando esse momento com os fãs, do que quando estou sozinha.

CHOI HYUNJUNG: Sinceramente, nunca fui muito confiante como guitarrista. Mas recentemente, ao ouvir dos fãs e da equipe que “minha performance melhorou muito”, ganhei um pouco mais de confiança. Claro, ainda fico me perguntando se melhorei mesmo, então continuo me esforçando bastante. Acho que essa jornada de autodescoberta passa por uma prática constante.

JAYOUNG: Sempre fui uma pessoa com boa autoestima e autoconfiança porque costumo focar nas coisas que sei fazer bem. O que não sei, costumo delegar para quem faz melhor, pois reduz as chances de um erro. Mas também fico desanimada e triste às vezes, e são os fãs que me consolam. Eles me fazem sentir como se eu fosse capaz de tudo. São pessoas comoventes. Eles me ajudam a levantar quando eu caio.

IREE: Em resumo, somos pessoas que descobrem quem são e encontram um propósito através dos momentos compartilhados com nossas companheiras de banda, nossa equipe e, acima de tudo, nossos fãs.

Time HIT!: Falando em comeback, há planos para o próximo lançamento? Se sim, podem dar um spoiler? Talvez definindo com uma cor, palavra, etc.?

IREE: Com certeza será um álbum bem diferente do que já fizemos até agora.

AREM: Uma nova tentativa?

YEOUNGEUN: Vamos preparar o álbum depois da turnê.

JAYOUNG: Nada está decidido ainda! Mas já temos algumas demos prontas. Agora é hora de escolher 🙂

Time HIT!: Até o fim de maio de 2025, vocês estarão em turnê pelos Estados Unidos e Canadá. Qual foi o momento mais marcante dessa turnê para cada uma? E quais países ainda gostariam de visitar?

IREE: O momento mais especial é ver fãs cantando nossas músicas junto com a gente em qualquer estado que vamos. Quando eles cantam as letras em coreano, fico com uma sensação estranha, no bom sentido. Gostaria muito de visitar países da América Latina! Nunca estive por lá, então a expectativa para encontrar os fãs é enorme.

AREM: Brasil!

YEOUNGEUN: Os gritos dos fãs e seus rostos felizes ao ouvirem nossa música no palco me deixaram muito emocionada e grata. Voltando para a Coreia, levarei esses momentos comigo como força para continuar. Quero visitar todos os países onde nosso fandom, os DIADems, estiverem presentes.

CHOI HYUNJUNG: Foram dias muito intensos, mas cada show foi especial graças aos fãs. Essas experiências me fizeram querer continuar no palco por muito tempo.

JAYOUNG: Mais do que um momento específico, gosto de poder ver nossos fãs de longa data com mais frequência, e também criar boas memórias com novos fãs. Estou ansiosa para rever todos eles. Quero muito visitar Praga ❤️

Time HIT!: Ainda sobre shows, qual música é a mais difícil de apresentar ao vivo e por quê?

AREM: Delight”. É a mais difícil de sincronizar entre nós.

YEOUNGEUN:Victory” e “Re.BOLD”. As partes de bateria são complicadas.

CHOI HYUNJUNG: Não é uma música específica, mas os solos de guitarra costumam ser os mais desafiadores, tanto tecnicamente quanto em pressão.

JAYOUNG: “Azalea” exige muita delicadeza, então fico super concentrada ao cantar.

Time HIT!: Em 2023, vocês tiveram o primeiro contato com o rock brasileiro. Depois disso, continuaram ouvindo músicas do Brasil?

IREE: O Brasil já contribuiu muito para a música mundial com a bossa nova. Muitos músicos coreanos amam esse estilo. No ano passado, a banda Sepultura fez sua turnê de 40 anos, e a Coreia foi uma das paradas. Sei que eles expressam a história, política e cultura brasileira por meio do metal. Infelizmente não pude ver o show ao vivo devido à agenda, mas assisti vídeos no YouTube. Espero que um dia também possamos representar a cultura coreana no mundo como eles fizeram.

Time HIT!: Quando se trata da cena do rock, quais são as influências que moldam não só o som de vocês, mas também como veem o papel da música no mundo e na cultura?

IREE: As trilhas sonoras de filmes ou animes, ou quando o videoclipe e a música se alinham perfeitamente, me fazem refletir sobre o papel da música. Vivemos na era do vídeo, agora a música também precisa ser “vista”. Quando música e imagem se unem de forma ideal, o impacto é poderoso. Infelizmente, o rock ainda não utiliza tanto o YouTube ou as redes sociais como outros gêneros. É importante manter o valor do som ao vivo e gravado, mas também precisamos atingir mais pessoas com o visual.

Time HIT!: O rock ainda é um gênero majoritariamente masculino. Como é para vocês, como banda 100% feminina, quebrar barreiras e inspirar uma nova geração de garotas?

IREE: Ainda me parece surreal sermos fonte de inspiração para alguém. Às vezes entendo por que esse gênero é dominado por homens, especialmente no quesito força e técnica. Mas não estamos aqui para competir nisso. O que queremos mostrar é empatia e conexão humana. Isso vai além de gênero. Mostramos coisas que só mulheres podem expressar. Se você sente algo pulsando dentro de você, mostre! O rock não tem gênero.

AREM: Assim como um dia eu sonhei com uma banda ao ver outra artista, é incrível pensar que alguém pode sonhar vendo a mim. É uma grande responsabilidade.

YEOUNGEUN: Sempre fico emocionada ao ver mensagens de pessoas dizendo que começaram a tocar por nossa causa. Quero continuar sendo essa inspiração e mostrar coisas ainda melhores.

CHOI HYUNJUNG: Acredito que se você quer fazer música, faça, independente de gênero. Se servimos de inspiração para a nova geração, fico feliz com isso.

JAYOUNG: É uma honra. Espero que surjam muitas bandas femininas depois da gente. Mas a história… a história, a gente vai escrever!

Time HIT!: O rock tem uma tradição de rebeldia, muitas vezes contada sob a perspectiva masculina. Como vocês reinterpretam isso sob a ótica feminina?

IREE: Lembro do filme “Farinelli”. Antigamente, como as mulheres não podiam cantar, usavam homens castrados para cantar notas agudas. Hoje, sopranos fazem esse papel. Tudo muda. E para nós, o principal desafio nem é o gênero, mas o fato de o rock não ser popular na Coreia.

CHOI HYUNJUNG: Não quero dividir a música entre homens e mulheres.

JAYOUNG: Não faço música com base na “rebeldia”. Só faço a música que quero fazer!

Time HIT!: Como vocês gostariam que a história do Rolling Quartz fosse contada no futuro?

IREE: Gostaria que fôssemos uma ponte para que mais pessoas descubram os diferentes estilos de rock.

AREM: “Aquele grupo ao vivo era incrível.”

YEOUNGEUN: Quero continuar fazendo música que dê esperança às pessoas. E espero que o rock seja mais amado na Coreia, com mais pessoas curtindo e formando bandas como nós.

CHOI HYUNJUNG: Que nossa música faça com que o rock se torne mais próximo das pessoas ao redor do mundo.

JAYOUNG: A música de banda me toca de uma forma diferente. É a única que me deixa arrepiada. Espero que esse sentimento possa ser compartilhado.

Time HIT!: Já pensaram em misturar outros gêneros ou elementos inesperados ao rock? E se pudessem colaborar com outro artista, quem seria?

IREE: Sempre quis. Já pensei em misturar com clássico, hip hop, metalcore… até com ballet e dança contemporânea. Se pudesse colaborar, escolheria The Used ou Post Malone. Acho que combinaria com o vocal da JAYOUNG. Seria legal ver essa mistura de estilos.

YEOUNGEUN: Queria colaborar com uma orquestra. A grandiosidade do som ia enriquecer muito nossas músicas.

CHOI HYUNJUNG: Hip hop, EDM, música tradicional coreana… qualquer mistura pode ser interessante!

JAYOUNG: Quero muito colaborar com uma orquestra! E também estou sempre aberta a feats com vocais de screaming.

Time HIT!: Em dezembro completam cinco anos de debut. Se pudessem falar consigo mesmas antes do debut, o que diriam? E onde se veem artisticamente daqui a 10 anos?

IREE: Diria para mim mesma: “Se joga sem medo. Vai com tudo.” Daqui a 10 anos, quero que sejamos reconhecidas como a principal banda feminina da Coreia, com álbuns e shows constantes.

AREM: Daqui a 10 anos, ainda estarei no Rolling Quartz como agora, sem mudanças.

YEOUNGEUN: Nunca imaginei ter fãs internacionais e fazer turnês. Diria para estudar inglês e cuidar bem do corpo!

CHOI HYUNJUNG: Mesmo quando não quiser, treine. Não se acomode, pratique mais, se esforce em várias áreas, economize e valorize sua família.

JAYOUNG: Tudo que você deseja e imagina vai virar realidade. Não desista! Daqui a 10 anos, serei diretora musical e compositora de trilhas para animação!

Time HIT!: O K-rock ainda é um nicho na Coreia, dominada pelo K-pop. Como vocês definem o som da banda dentro  ou fora  dessas categorias?

IREE: Tudo na Coreia é difícil. Mas ironicamente, o fato de sermos uma banda de rock de um país do K-pop gera curiosidade no exterior. Nunca nos chamamos de K-Rock. Se fosse para definir: “espírito do rock, corpo do K-pop”.

CHOI HYUNJUNG: Acredito que vai dar certo. Estamos dando o nosso melhor. Espero que muitas pessoas gostem da nossa música.

JAYOUNG: Acho que são forças que se complementam. Pelo menos é assim que eu vejo 🙂

Time HIT!: Já sentiram que precisavam suavizar a intensidade criativa para serem mais “aceitas” no mercado coreano? Como equilibram autenticidade e sobrevivência artística?

IREE: Sempre sinto isso. É uma das minhas maiores preocupações na hora de compor. Tento fazer arranjos que não soem estranhos ao público, mas sem perder minha essência. É preciso testar e encontrar jeitos de me expressar. Sempre tem um caminho.

YEOUNGEUN: Até agora fizemos a música que queríamos, para mostrar nosso estilo. E com os covers, tentamos alcançar um público mais amplo.

JAYOUNG: Sinto isso, sim. Mas mesmo que eu tente “ajustar”, minhas músicas acabam saindo com a minha cara no fim. Acho que é isso que forma nossa identidade.

Time HIT!: Se precisassem trocar de função com outra integrante em um show inteiro, quem escolheriam?

IREE: A vocalista! Mesmo não sabendo cantar bem, gostaria de correr pelo palco e me comunicar diretamente com os fãs.

AREM: A bateria. É parte do ritmo!

YEOUNGEUN: Baixo. Também é parte rítmica, e eu gosto muito desse instrumento. Acho que conseguiria me expressar melhor.

CHOI HYUNJUNG: Qualquer uma menos vocal, hahaha! Talvez baixo, por também ser de cordas. A bateria também parece divertida a curto prazo.

JAYOUNG: Só sei tocar piano… então seria um baita desafio pra mim!

Time HIT!: Deixem uma mensagem para os fãs brasileiros, os DIADEMs!

IREE: Olá, DIADEMs brasileiros! Agradecemos sempre todo o amor e apoio que nos mandam. Quero muito visitar o Brasil e criar memórias lindas com vocês. Estarei rezando para esse dia chegar logo. Até lá, fiquem bem e com saúde!

AREM: DIADEMs do Brasil! Prazer em conhecê-los! Espero muito poder ir ao Brasil e encontrar vocês! Esperem por mim!

YEOUNGEUN: Olá, DIADEMs do Brasil! Quero muito conhecer vocês pessoalmente. Vou me esforçar bastante para poder ir até aí! Sou sempre grata e com muito amor por vocês ♡

CHOI HYUNJUNG: Agradeço de coração aos fãs que apoiam e se interessam pelo Rolling Quartz. Farei o meu melhor para mostrar um lado incrível de nós. Quero muito visitar o Brasil e espero que possamos nos encontrar. Continuem nos acompanhando!
JAYOUNG: Estou esperando o dia de nos encontrarmos no Brasil! Sabemos que vocês nos esperam com carinho. Vamos criar memórias maravilhosas por tudo que vocês esperaram!!! ❤️

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Videoclipe oficial de “RE.BOLD”, lançamento recente da banda (Créditos: Reprodução/Rolling Star Ent. / Winwon Ent./Youtube)

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