Entrevista, booking, edição, tradução: Guto Togo
Design: Jessica Fernandes
Com um som que mistura pop, R&B e hip-hop em um turbilhão de energia brincalhona e emoção real, o LUSS está redefinindo o que significa ser artista asiático. O duo tailandês formado por Coco e Ben lança o EP “dinosaur slayerr”, um projeto que flerta com o caos e a delicadeza, a doçura e a fúria. Tudo isso embalado por visuais que parecem saídos de um anime com humor sombrio.
Nessa conversa exclusiva com a Time HIT!, o LUSS fala sobre dualidade, autenticidade e a vontade de “pioneirar uma cultura sem limites”, conectando o público tailandês ao global e deixando claro: não existe um único jeito de ser artista.
Time HIT: Como “So Sticky”, faixa principal do EP, representa o espírito de “dinosaur slayerr”?
LUSS: Nós não diríamos que “So Sticky” representa todo o EP. É mais como o ponto de entrada perfeito para o mundo de “dinosaur slayer”. Captura um lado da nossa dualidade como artistas: o lado brincalhão, ousado e confiante que não se leva tão a sério. É divertido, flertante e travesso, o que o torna instantaneamente acessível. Quase como um portal que prepara o ouvinte para tudo que vem no restante do EP.
Time HIT: Cada faixa tem uma identidade distinta, de “Boohoo” a “Sailor Moon Sh*t”. Qual foi a mais desafiadora de criar e por quê?
LUSS: Honestamente, nenhuma delas foi um desafio. Apenas nos conectamos e nos divertimos criando. Cada faixa tem sua própria verdade e, para nós, verdades são mais fáceis de contar do que mentiras. Por isso, as músicas saíram de forma tão natural.
Time HIT: O título “dinosaur slayerr” sugere lutar contra coisas ultrapassadas que ainda persistem. Quais “dinossauros” vocês sentiram que precisavam enfrentar na indústria musical ou na vida pessoal?
LUSS: Para nós, “dinosaur slayer” é sobre confrontar padrões antigos ou mentalidades ultrapassadas que ainda permanecem, seja na indústria ou na vida pessoal. Quando você tem uma mentalidade única, busca sempre quebrar barreiras ou trazer novas ideias, é normal enfrentar resistência. Esses são os dinossauros que todos enfrentamos. Às vezes são pessoas, às vezes são apenas velhos modos de pensar, mas o verdadeiro ponto é continuar no seu caminho, confiar no que faz e não recuar.
Time HIT: O EP é descrito como “uma jornada de vilã e uma era de heroína em um só”. O que isso representa pessoalmente para vocês?
LUSS: “Jornada de vilã e era de heroína em um só”… para nós, é simplesmente ser humano. Nada é totalmente bom ou totalmente ruim, existe o meio termo. “dinosaur slayer” é viver nesse espaço e expressá-lo através das músicas.
Time HIT: O som do EP mistura raiva, humor, vulnerabilidade e diversão. Como fizeram para equilibrar essas emoções opostas no processo criativo?
LUSS: Não tentamos realmente equilibrar, apenas deixamos fluir na criação. O legal do nosso processo é que tentamos terminar as partes principais de uma música em uma sessão, senão perdemos a emoção exata do momento. Cada faixa é um reflexo do que estávamos sentindo, então raiva, humor, vulnerabilidade e diversão saem naturalmente.
Time HIT: Algumas músicas são descritas como “Hello Kitty com uma faca” ou “Sailor Moon com humor negro”. Quão importante é trazer referências da cultura pop para comunicar emoções e narrativas?
LUSS: Honestamente, não pensamos demais nisso. É quem somos e o que gostamos. Então quando nos expressamos, essas referências aparecem naturalmente. Quando dizemos “Hello Kitty com uma faca” ou “Sailor Moon com humor negro” não é estratégia, é apenas como nosso cérebro conecta as coisas. Funciona porque é verdadeiro para nós.
Time HIT: Qual foi o momento mais divertido ou inesperado durante a produção de “dinossaur slayerr”?
LUSS: O mais divertido foi estar no estúdio e não querer sair. Animados com cada novo som, batida e letra. Os melhores momentos foram quando nos deixamos levar e nos perdemos na música. Depois, ver o nosso trabalho ganhando vida através dos visuais e estética foi mágico. Foi como assistir a uma ideia se transformar em seu próprio universo.
Time HIT: LUSS mistura pop, R&B e hip-hop de forma única. Como descreveriam a essência da música de vocês em poucas palavras?
LUSS: Nosso ponto de vista é meio “desenfreado” (risos). Isso transparece na música. Essa mistura de energia brincalhona e caótica com emoção real define nosso som. Então sim, flertante, ousado, radical, que não cabe em uma caixa só…
Time HIT: Vocês já tinham carreiras consolidadas antes do LUSS. O que motivou a criação do projeto e como se desenvolveu a química artística entre Coco e Ben?
LUSS: Tínhamos muitas ideias guardadas que precisavam se manifestar, e o LUSS se tornou esse outlet. A química surgiu naturalmente porque compartilhamos os mesmos objetivos e visão. É algo que simplesmente funciona. Quando criamos juntos, a energia se encaixa perfeitamente.
Time HIT: Sua visão é “pioneirar uma cultura sem limites” na comunidade asiática. Como veem seu papel como pioneiros?
LUSS: Ser pioneiro não é afirmar que somos os primeiros em algo, mas ousar ser nós mesmos completamente e mostrar que não existe um único jeito de ser um artista asiático. Queremos pioneirar uma cultura sem limites, misturando gêneros, idiomas e estética de forma autêntica. Se isso inspirar outros artistas a se expressarem livremente, cumprimos nossa missão.
Time HIT: A música fala sentimentos universais, mas mantém forte DNA tailandês. Como equilibram o local e o internacional?
LUSS: Os fãs tailandeses são fundamentais, eles nos apoiaram desde o começo e nos deram confiança. Ao mesmo tempo, sempre criamos com mentalidade global, misturando raízes tailandesas a sons que ressoam em qualquer lugar. Não se trata de escolher entre local ou internacional, mas de criar algo autêntico e universal.
Time HIT: Vocês brincam com dualidade: doce e ousado, suave e forte. Como querem que os fãs se sintam ao ouvir a música?
LUSS: Queremos que os fãs sintam que podem ser qualquer coisa. Não precisam se limitar. É normal ser multidimensional, doce e ousado, suave e forte ao mesmo tempo. Essa é a energia que queremos passar.
Time HIT: Se pudessem escolher uma colaboração dos sonhos, na Ásia ou fora dela, quem seria?
LUSS: Tyler, the Creator com certeza, adoramos sua mentalidade e como cria mundos em torno da música. Também há muitos artistas do Sudeste Asiático com quem queremos trabalhar. Fora artistas, um dos maiores sonhos é colaborar com anime, criando um tema de abertura. Seria um momento completo para Coco (risos).
Time HIT: Para os fãs conhecerem melhor vocês, o que fazem nas horas livres? Algum talento escondido?
COCO: O talento escondido do Ben, além de produzir e tocar praticamente todos os instrumentos, é que ele é muito bom em Counter Strike (famoso jogo de tiros). Não desafie, a não ser que queira perder.
BEN: O talento escondido da Coco é imitar personagens de anime perfeitamente, o que sempre me diverte. Ela também lembra o nome de todos os cachorros que já conheceu (mas nunca dos donos). Outro talento é comer doce e salgado na mesma mordida, alternando sem problema. É o estilo dela.
Time HIT: O Brasil e Tailândia compartilham algumas semelhanças culturais. O que sabem sobre o Brasil e o que gostariam de experimentar primeiro?
LUSS; A música brasileira é incrível! Estamos explorando o funk brasileiro e queremos sentir a energia dos festivais de lá. E a comida está no topo da lista, nunca provamos antes e queremos experimentar tudo!
Time HIT: Para encerrarmos essa entrevista com muito amor e carinho, deixem uma mensagem para os fãs no Brasil.
LUSS: Oi, meus amores do Brasil 💚💛 Obrigado por ouvir nossa música e enviar amor de tão longe. Mal podemos esperar para sentir sua energia pessoalmente e compartilhar nossas músicas ao vivo com vocês. Tchau, beijos!
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