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De garoto imigrante a artista maduro — Entrevista JUNNY 

Entrevista: Carol Tomé
Booking: Carol Steinert 
Tradução: Érika Motta 
Revisão: Samuel Eliasafe
Design: Jéssica Fernandes

Nostalgia como inspiração

Vulnerável, nostálgico e profundamente humano, é assim que JUNNY se revela no EP “96”, um projeto curto em faixas, mas imenso em camadas emocionais.

Conversamos com o artista que, desde seu debut em 2017, vem moldando sua sonoridade entre o indie e o R&B alternativo com autenticidade. JUNNY compartilhou como amadurecer o transformou: de um garoto imigrante a um homem que encara o passado como fonte de inspiração. 

Para saber mais, leia a entrevista completa abaixo: 

Time HIT!: Desde seu debut em 2017, sua música passou por transformações significativas. Quais aspectos dessa jornada você sente que estão mais presentes no EP “96”?

JUNNY: Acho que o que mais se destaca é o quanto amadureci, deixei de ser um garoto para me tornar um homem. Hoje, sou capaz de refletir sobre meu eu do passado como uma fonte de inspiração e não só como uma lembrança.

Time HIT!: “POV” propõe uma perspectiva nostálgica e juvenil. Como essa visão conversa com o artista que você se tornou ao longo desses sete anos?

JUNNY: Eu queria me divertir com a minha música, ser capaz de mostrar quem eu sou agora, enquanto conto sobre minha infância e o ambiente onde cresci. A forma como essas duas fases se contradizem e a ironia de que, hoje, mesmo rodeado de tantas pessoas, me sinto mais sozinho do que naquela época em que era um garoto imigrante.

Time HIT!: O projeto tem apenas duas faixas, mas carrega muito peso emocional. Como foi o processo de condensar tantas ideias em um trabalho tão conciso?

JUNNY: Quis manter tudo o mais simples possível, especialmente na parte musical, mas ainda assim transmitir tanta emoção quanto, ou até mais, do que nos meus trabalhos anteriores. Também queria que cada uma das músicas tivesse uma função própria dentro do projeto:  “POV” como um diário pessoal e “call my name” como uma carta de amor escrita por mim ou em nome de outra pessoa.

Time HIT!: Na criação do EP “96”, quais referências musicais, visuais ou culturais foram essenciais para definir a atmosfera da obra?

JUNNY: Musicalmente, quis ser experimental com “POV”, sair da minha zona de conforto e colocar influências do que eu gostava de ouvir quando era criança como Green Day e Kanye West. As músicas desses artistas foram fundamentais para moldar a visão dessa faixa. Já “call my name” é mais uma homenagem aos meus trabalhos anteriores, brincando com cortes vocais e sons de trap soul que eu gostava de ouvir e de produzir.

Time HIT!: Você vive uma experiência multicultural intensa, algo que sempre refletiu na sua música. Como essa bagagem cultural impactou a forma como você narra memórias e sentimentos?

JUNNY: Antes, eu achava que todas as culturas eram muito diferentes e era difícil para mim entendê-las. Mas agora, depois de ter vivido tanta coisa, percebo que, no fim das contas, todos somos humanos. Nós rimos, choramos, cantamos e dançamos pelos mesmos motivos e é por isso que a música é algo com que todos, no mundo inteiro, podem se identificar.

Time HIT!: Em “POV”, de quem é o ponto de vista que conduz a narrativa: o JUNNY de hoje, a versão de 1996 ou alguém que você encontrou ao longo do caminho?

JUNNY: É o JUNNY do presente que conduz a narrativa.

Time HIT!: Como você enxerga o papel da vulnerabilidade na sua música, hoje, em comparação com o início da sua carreira?

JUNNY: Hoje sou muito mais aberto a expressar meus pensamentos do que eu era no passado, e tenho vontade de mostrar mais de mim na minha música conforme sigo minha carreira. Isso, definitivamente, me ajuda a evoluir como artista, e a forma como encaro cada oportunidade é completamente diferente de antes. Garanto que vocês verão mais disso nos meus próximos trabalhos também.

Time HIT! Sua música sempre esteve conectada com a cena indie e R&B alternativa. Em qual espaço você acredita ocupar atualmente dentro da cena musical coreana e internacional?

JUNNY: Acho que só quero que minha música seja ouvida, e isso é o que mais importa para mim. Sou sinceramente grato pelo carinho que recebi até agora, e é um privilégio estar onde estou. Mas gosto de manter as coisas simples: fazer a música que quero fazer e, quem sabe, talvez ela toque as pessoas ao redor do mundo.

Time HIT!: Qual elemento sonoro ou detalhe de produção neste projeto você considera mais subestimado e gostaria que o público notasse?

JUNNY: Em “POV”, com certeza é a textura de cada instrumento. Todos os sons foram processados em um MPC vintage da AKAI, o que dá uma vibe única, muito parecida com o que eu ouvia quando era criança. É um detalhe que muita gente talvez nem perceba, mas que me deixa muito orgulhoso. Ótima pergunta, obrigado!

Time HIT!: Pode deixar um recado pros seus fãs brasileiros?

JUNNY: Oi para todos os fãs do Brasil!! Nunca estive aí, mas adoraria conhecer vocês pessoalmente. Desejo tudo de melhor em tudo o que fizerem, e lembrem-se de se manterem saudáveis e felizes. Tenho a América Latina no coração, e o Brasil com certeza estará na lista se eu tiver a chance de fazer uma turnê por aí! Até lá, continuem lindos do jeito que vocês são e como sempre, muito obrigado pelo carinho.❤️

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Videoclipe de “POV” (Créditos: Reprodução/1theK/Youtube)

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