Entrevista, booking, edição, tradução: Guto Togo
Design: Jessica Fernandes
Renascer não é apenas um lema, é o DNA da FINIX. Inspiradas na lendária fênix, as sete integrantes transformam dor, resistência e autoconfiança em música. Nessa conversa exclusiva com a HIT! Magazine, elas compartilham o conceito por trás do nome, o processo criativo do EP pré debut “Thirsty” e o papel de cada faixa em um projeto que une atitude, diversidade e emoção.
Mais do que artistas, elas se veem como vozes de uma nova geração que enfrenta desigualdades e tabus de frente, celebrando individualidade e empoderamento. Com mensagens poderosas e uma conexão genuína com o público, FINIX prova que o P-Pop (música pop filipino) está pronto para conquistar o mundo.
Time HIT: Como definifiram o FINIX para o mundo? Qual é o objetivo e o conceito que desejam compartilhar com todos? (Respostas transcritas da entrevista em vídeo)
AKI: Quero agradecer por essa pergunta maravilhosa. Bom, FINIX é, eu diria, a personificação do renascimento e de se erguer diante das adversidades. Ela conta a história de sete indivíduos e essas histórias vêm repletas de provações. Assim como a ave mítica Fênix, cada vez que caímos, cada vez que queimamos, nós nos erguemos e renascemos das cinzas. Voltamos mais fortes do que nunca, mais ousados e intensos. E eu diria que também simboliza nossa individualidade, quem somos como pessoas, quem somos como artistas e a paixão ardente que nos move como grupo.
ZIA: Partindo da resposta da Aki, eu sinto que, no fim das contas, o objetivo é a nossa música porque, no fim, tudo se resume a isso. Que a nossa arte seja capaz de provocar mudança o suficiente para a próxima geração, especialmente as mulheres. Para que elas não precisem enfrentar as injustiças que ainda persistem hoje e pelas quais nós passamos. Como ela disse, a individualidade é algo muito importante, então queremos estender isso também aos ouvintes. Queremos que as pessoas que nos escutam se sintam à vontade sendo quem são, confortáveis na própria pele.
Time HIT: “Click Click Boom” é claramente uma faixa ousada e confiante. Como vocês descreveriam a mensagem central da música com suas próprias palavras?
R-LO: Para mim, representa o quanto somos sem desculpas sobre aquilo em que acreditamos e sobre sermos nós mesmas. A música basicamente nos permite ocupar espaço sem pensar no que qualquer pessoa vai dizer. E ponto final.
TRIS: Concordo. Tem também uma parte que faz referência ao nosso lema, “Filipina Baddies”. Acho que isso já diz tudo.
Time HIT: A música traz a metáfora da raposa, em vez do conto tradicional “A Lebre e a Raposa”. O que essa imagem representa para vocês como artistas?
AKI: No conto original, a lebre é ingênua e acaba sendo enganada pela raposa. Isso reflete como as mulheres na indústria (do entretenimento) são tratadas. É tanto um reconhecimento quanto uma recusa. Não estamos aqui para ser a lebre.
RIKKA: Exato. Estamos aqui para ser a raposa. É uma mensagem para o mundo de que não estamos aqui para sermos aproveitadas.
Time HIT: “Sumugal Sa Akin” tem sido chamada de um hino moderno do empoderamento feminino. Como foi o processo emocional ao gravar uma música tão intensa e simbólica?
ZIA: O processo emocional começou muito antes de entrarmos no estúdio. Acho que na primeira vez que ouvimos a versão prévia, já tínhamos certeza do impacto que a música teria, especialmente para as mulheres. Era muito importante que todas estivéssemos alinhadas sobre a mensagem que queríamos transmitir. Precisávamos nos conectar com o que realmente lutamos enquanto mulheres.
COLE: Além disso, “Sumugal Sa Akin” é uma música vocalmente muito desafiadora. Ela exige muito tecnicamente para que possamos transmitir as emoções certas. Então nos preparamos bastante antes da gravação. Houve muito treinamento só para acertar os vocais. Eu ajudo as meninas nessa parte de técnica, e posso dizer que todas crescemos muito só com isso.
Time HIT: A letra de “Thirsty” fala sobre saber o próprio valor e provocar aqueles que só ficam olhando. Qual parte da música melhor representa como vocês se veem como artistas hoje?
AKI: Com certeza é o refrão. Quero dizer, é o destaque da música, não é? E com razão, eu diria. Tem uma linha que diz: “I’m a hard pill to swallow, I’ve got you thirsty” (Sou uma pílula difícil de engolir, te deixei com sede).. É uma forma bem direta de afirmar essa palavra. No fim do dia, é isso que a FINIX é. Inflexível e direta.
ZIA: Falando em ser direta, o primeiro verso também é uma boa escolha: “Nagniningning mga matang nakatingin, iniiwan kong liwanag iyong batid”. Se fôssemos traduzir de forma aproximada: “Seus olhos brilham ao ver a minha luz”. É um pouco como uma espada de dois gumes. Por um lado, é para as pessoas que nos apoiam, esperamos poder inspirá-las. Por outro, é uma mensagem para aqueles que veem mulheres como objetos. Esperamos que a luz que emitimos seja ofuscante.
Time HIT: Com três faixas muito diferentes: synthpop, hip hop e uma balada cinematográfica. Qual foi o maior desafio artístico em criar um EP tão diverso?
COLE: Provavelmente unir tudo em uma imagem coesa. Todas soam diferentes, mas precisam ter sensações semelhantes de algum jeito. Acho que é aí que entra o nosso conceito. Todas soam diferentes, mas é porque estão transmitindo a mesma mensagem por diferentes meios e ângulos.
Time HIT: O público internacional está cada vez mais curioso sobre P-Pop. Que elementos vocês acham que fazem a FINIX se destacar na cena global?
AKI: Além de sermos treinadas e cobradas em padrões internacionais, temos total controle sobre o tipo de música que lançamos e sobre nossa imagem. Ainda é cedo para dizer algo muito concreto, mas estamos confiantes de que, por termos essa liberdade, eventualmente seremos artistas que ocuparão um espaço grande o suficiente na cena global.
MINHEA: Além disso, somos imparáveis. Nunca desistimos (risos).
Time HIT: O conceito de vocês vai além do entretenimento: vocês falam sobre direitos, autoestima e saúde mental. Como equilibram o papel de artistas pop com o de porta-vozes dessas causas importantes?
ZIA: Eu diria que tudo começa internamente. Por isso é importante que estejamos alinhadas em nossas convicções como grupo. Fazemos questão de nos manter informadas socialmente. Assim, conseguimos ser responsáveis pela forma como nos apresentamos ao público, especialmente aos jovens. No fim das contas, queremos que nossa mensagem seja verdadeira tanto para nós quanto para quem nos acompanha.
Time HIT: O empoderamento feminino está no centro da narrativa de vocês. Como esperam inspirar a próxima geração de meninas nas Filipinas e no mundo?
RIKKA: Sendo nós mesmas, sem pedir desculpas por isso. É simples assim. Como vocês podem ver, não fugimos de assuntos importantes e falamos sobre temas difíceis.
TRIS: Sim! Especialmente tendo crescido em um lugar onde algumas das coisas pelas quais lutamos não são muito discutidas, esperamos que a nossa voz, alta e clara, faça a diferença para a próxima geração.
Time HIT: Vocês falam abertamente sobre saúde mental, um tema que ainda é considerado tabu em muitos países asiáticos. Como esse assunto passou a fazer parte da narrativa do grupo?
ZIA: Sempre falamos sobre os diferentes tipos de dificuldades que enfrentamos como mulheres na indústria (do entretenimento). Claro que essas experiências acabam repercutindo na nossa saúde mental. Então, é algo que vivenciamos pessoalmente. Reconhecemos que saúde mental ainda não é um assunto suficientemente discutido em alguns espaços, e esperamos que isso mude.
Time HIT: Qual é a parte mais divertida de fazer parte do grupo, especialmente quando se trata de passar tempo juntas? (Respostas transcritas da entrevista em video)
R-LO: Tem muitas, muitas partes divertidas (risos).
AKI: É engraçado porque estamos sempre juntas o tempo todo.
MINHEA: Sim, moramos todas sob o mesmo teto, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Acho que a parte mais divertida de estar em um grupo está nas pequenas coisas que acontecem. As conversas em grupo que sempre saem do assunto e acabam nos fazendo rir, claro, e os momentos aleatórios, engraçados que acontecem durante os treinos. E, é claro, nossos momentos de união com comida e filmes. Nós amamos filmes.
RIKKA: E comemos muito (risos).
TRIS: Sinceramente, é só sermos nós mesmas juntas fora das câmeras, fora do palco.
Time HIT: Qual é o maior sonho coletivo da FINIX? É um palco, um prêmio ou o impacto que vocês desejam causar?
MINHEA: Queremos poder dizer que conseguimos. Queremos viajar pelo mundo.
COLE: Um Grammy seria um bônus. (risos)
AKI: Verdade. Dominação mundial da FINIX (risos). Brincadeiras à parte, o impacto é definitivamente o objetivo final. Poder dizer e mostrar que mudamos algo de alguma forma.
Time HIT: Agora vamos conhecer um pouco mais cada uma de vocês. Vocês têm hobbies ou talentos escondidos que a maioria das pessoas não conhece?
MINHEA: Eu gosto muito de confeitaria e artes. Eu já fui confeiteira em casa. Provavelmente só preciso de um forno agora. E com certeza voltaria a fazer doces.
RIKKA: Algumas de nós também somos boas em cozinhar. Somos bem autossuficientes nesse sentido.
TRIS: Sim, eu, Rikka, Minhea e a Zia cozinhamos. Além disso, eu, Rikka, Aki e a R-LO ajudamos com edição de vídeo e outras partes multimídia.
AKI: Em música e artes, todas nós contribuímos à nossa maneira. A Rikka cuida muito do nosso styling, a Zia escreve e a Cole produz. É muito divertido colaborar umas com as outras.
COLE: Sim, somos bem ocupadas com várias coisas diferentes. Eu e a Zia também estamos experimentando novas artes, como crochê e pintura.
ZIA: Algumas de nós também somos gamers.
R-LO: Eu não. Mas elas estão tentando me puxar para o mundo dos games.
TRIS: Sim, logo você será uma de nós (risos).
Time HIT: Se vocês pudessem dar um conselho para si mesmas de dois anos atrás, antes do debut, o que diriam?
R-LO: Pode parecer rejeição atrás de rejeição, mas vamos conseguir. Quero dizer, estamos aqui agora. Não desistam.
MINHEA: O mesmo que a R-LO. Pode não parecer possível, mas é.
RIKKA: Para mim… eu diria que a espera vale a pena.
AKI: Simples, mas eficaz. Concordo com a Rikka. Continue.
Time HIT: Considerando as semelhanças culturais entre Brasil e Filipinas, o que vocês acham que poderia ajudar a FINIX a se tornar mais popular entre o público brasileiro?
COLE: Honestamente? Adoraríamos colaborar com artistas brasileiros.
ZIA: Concordo. Achamos que ressoaria tanto com o público filipino quanto com o brasileiro. Seria muito legal.
Time HIT: Se vocês pudessem fazer um encontro de fãs no Brasil, o que incluiriam para tornar a experiência inesquecível? (Respostas transcritas da entrevista em video)
COLE: Estamos indo agora mesmo reservar os voos… brincadeira! Mas, de qualquer forma, claro, além de ter que aprender frases em português, porque na escola de música, quando eu estava estudando, parte do nosso currículo era, na verdade, estudar música do mundo ou seja, música de todo o mundo. Então, claro, parte disso era música do Brasil e de vários outros lugares. Mas eu rapidamente percebi, na verdade, que a música do Brasil podia ter uma instrumentação muito complexa. Não apenas isso, é realmente complexa. Então, samba, por exemplo, é realmente difícil de tocar, especialmente se você é mais novo no gênero. Então, provavelmente, se fôssemos fazer um encontro de fãs no Brasil, eu deixaria vocês me ensinarem um pouco de música do Brasil, porque, meu Deus, vocês são… vocês são insanos por aí!
RIKKA: Ok, isso provavelmente é o lado de produtor falando. Mas, para mim, pessoalmente, eu incluiria o momento dos snacks. Eu provavelmente traria alguns snacks filipinos e pediria que os integrantes levassem snacks brasileiros, porque poderíamos fazer tipo uma troca e experimentar cada um. Tenho certeza de que todo mundo aqui iria adorar isso (risos).
Time HIT: Quando vocês tiverem a oportunidade de se apresentar no Brasil, qual seria a primeira coisa que gostariam de fazer?
COLE: Aprender ou estudar música brasileira! Sinto isso muito forte, especialmente por ter estudado produção musical na faculdade.
RIKKA: Experimentar a culinária brasileira, aprender algumas danças…
AKI: Acho que para nós tudo se resume a vivenciar a cultura.
Time HIT: Vocês já ouviram falar de alguma música, filme ou comida brasileira que gostariam de experimentar?
COLE: Como mencionei, adoraria explorar a música brasileira. Samba é um exemplo.
ZIA: Com certeza também gostaria de experimentar a comida. Provar o prato nacional… Feijoada, certo? É definitivamente obrigatório.
TRIS: Para mim… eu nunca assisti a filmes brasileiros, mas adoraria ver alguns. Sou uma grande entusiasta de cinema.
Time HIT: Para finalizarmos essa entrevista de forma especial, deixem uma mensagem para o EMBERS no Brasil. (Respostas transcritas da entrevista em video)
R-LO: Eu tenho uma mensagem para os fãs no Brasil. Honestamente, antes de tudo, ainda não conseguimos acreditar que a nossa música, a nossa arte, a nossa mensagem chegou até o Brasil.
AKI: O que “tem EMBERS no Brasil”? Como assim?
R-LO: A gente ainda nem consegue acreditar, mas também não temos palavras para agradecer todo o amor e apoio que vocês têm nos dado! E, sinceramente, como dissemos agora há pouco: vamos reservar nosso voo para o Brasil, nós vamos ver vocês aí! Se quiserem ficar por dentro de todos os nossos conteúdos, é só nos seguir em “We Are FINIX” em todas as nossas redes sociais. E se quiserem nos conhecer um pouquinho melhor, ou se quiserem compartilhar seus pensamentos ou qualquer coisa, temos um aplicativo chamado Hey Roomie, e lá temos uma sala chamada FINIX. Então vai lá, baixem o app agora mesmo!
AKI: E claro, continuem fazendo streaming do nosso EP pré-debut chamado “Thirsty”! Por favor, sigam dando todo o seu amor e apoio. E até a próxima! Tchau! Amo vocês, EMBERS!.
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Video Oficial de “Filipina Baddies” (créditos: Reprodução/FINIX Official/Youtube)
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