HIT!Diary, Matérias

Hit!Letter: A luz de um sonho não se apaga

Meu pai foi quem me ensinou a ser sonhadora e ter objetivos de vida. Nada seria grande demais se eu estivesse disposta a “ir atrás” e essa mentalidade foi fundamentada em mim desde tenra idade.

Ele mesmo foi um exemplo disso. Um dos seus milhares de sonhos era ser cantor e ele compôs muitas canções, mas por algum motivo não levou isso para frente. Mesmo assim, deu outro rumo para sua vida e construiu muitas coisas que dão fruto até hoje. Se acreditava em algo, ia em frente e se estivesse errado, bom… era só recalcular a rota. 

Cresci sendo testemunha da sua sede por crescimento, por alcançar mais, por vivenciar novas empreitadas. Até seus últimos dias, ele tinha planos de criar abelhas, abrir negócios e morar no interior. Gostava de pegar a autoestrada e ir desbravando, com seu boné na cabeça e uma boa música no radinho de pilha. 

Meu pai sonhou, lutou, brilhou e, por isso, quando ele se foi, uma importante coluna de sustentação desmoronou dentro de mim. A luz que me guiava rumo aos meus sonhos se apagou. O que eu sou? O que eu era? Quem eu vou ser? Tudo foi resetado e o limbo me encarou.

Tentando sobreviver à dor e incerteza, comecei a vasculhar o passado. Deparei-me com gostos da adolescência e relembrei de um K-drama que gostava muito e decidi assistir novamente. “Por que eu parei de consumir esses conteúdos?”, indaguei. Assim, reencontrei a Virginia de 16 ou 17 anos que ficou vidrada em cultura coreana e algo clicou dentro de mim. 

Agora eu não era mais uma adolescente, mas uma mulher adulta sem saber o que fazer com o diploma de jornalismo. “E se… eu escrever sobre isso?”, pensei. Para resumir, a HIT! apareceu na minha timeline do Twitter, enviei um e-mail e aqui estou eu hoje, falando com vocês.

O que tenho vivido junto ao time faz a minha cabeça explodir porque é algo tangível e ao mesmo tempo muito doido – como o vídeo que meu grupo favorito, Stray Kids, nos enviou falando “Oi” pro Brasil e dizendo nosso bordão –  e me prova a cada dia que tudo é possível. Ainda vale a pena acordar e batalhar.  

Eu voltei a ter metas, algumas delas dentro da revista, e o mais importante, voltei a sonhar alto não só na carreira, mas naquilo que quero me tornar. Resgatei a vontade de explorar culturas diferentes, criar coisas interessantes, deixar minha marca no mundo. Ressignifiquei minha existência.  

Sei que dei uma volta enorme, mas só para te dizer que a luz de um sonho não se apaga. A vida acontece, as perdas chegam, os ambientes mudam, mas tem algo aí, dentro de você, que não morre. Essa força vai te revisitar em algum momento e depende de você dar uma chance para isso que fez seus olhos brilharem um dia.

E já aviso que não será fácil bancar essa visão. Haverá etapas bem duras e você poderá encontrar pessoas que duvidem ou até caçoem dos seus objetivos, mas no final das contas, essa é a sua vida, o seu tempo, então não desperdice energia dando ouvido às vozes externas e comece a trilhar o seu caminho. Há muito o que fazer! 

E como meu pai sempre falava: “Virginia, o céu é o limite!”.

Design: Darlís Santos

Sobre o autor

Jornalista brasileira explorando o mundo da música, arte, cultura pop e tudo relacionado a K-culture. 📩 Pautas/Suggestion: virginia.bsoliveira@gmail.com

(2) Comentários

  1. Jez Duarte diz:

    Que texto lindo!! Realmente, as vezes a vida leva a gente por caminhos inesperados, mas é muito bom quando as coisas se encaixam. ♥

  2. O texto me levou direto aos meus sonhos e memórias. Agradecida por compartilhar seu universo particular nesse texto lindo e por me lembrar que sempre é tempo de fazer acontecer.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *