As principais empresas de fintech e entretenimento da Coreia do Sul estão se unindo para lançar um sistema inovador destinado a combater a revenda ilegal de ingressos em shows de K-pop. O projeto permitirá que os fãs usem o reconhecimento facial como ingresso, simplificando a entrada nos eventos apenas com a passagem por uma câmera.
A fintech Toss firmou uma parceria com a gigante do entretenimento HYBE e a plataforma de ingressos InterparkTriple para desenvolver uma solução que visa erradicar a prática da revenda ilegal, um problema crescente que tem prejudicado o crescimento do K-pop, conforme anunciado pelas empresas nesta terça-feira (13).
Os líderes das três empresas assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) na segunda-feira (12), com o objetivo de prevenir o comércio ilegal de ingressos e promover um sistema de venda mais justo. Essa colaboração é inédita, marcando a primeira vez que empresas de setores tão diferentes se unem para enfrentar esse tipo de problema.
A Toss, encarregada do desenvolvimento e gestão do sistema de reconhecimento facial, destacou que essa tecnologia reduzirá significativamente o uso de softwares automatizados para a compra de ingressos, eliminando assim a possibilidade de revenda ilegal.
Em 2023, por exemplo, ingressos para o show do solista Lim Young-woong foram vendidos ilegalmente por até 5 milhões de won (cerca de R$ 18.000), apesar de o preço original ser de 187.000 won (aproximadamente R$ 680).
O número de denúncias de revenda ilegal registradas na Agência de Conteúdo Criativo da Coreia saltou de 359 casos em 2020 para 2.161 casos em 2023.
Em resposta a isso, o governo promulgou uma nova lei em março, estipulando que quem vender ingressos adquiridos por meio de softwares automatizados a preços inflacionados poderá enfrentar até um ano de prisão ou uma multa de até 10 milhões de won (cerca de R$ 36.000).
A indústria do entretenimento também implementou medidas como o sistema de inspetores secretos e o cancelamento obrigatório de ingressos vendidos ilegalmente. Apesar dessas ações, há preocupações de que as penalidades para os cambistas ainda sejam brandas demais e de que os métodos para provar o uso de softwares automatizados sejam pouco claros, tornando as medidas menos eficazes.
“O setor de tecnologia, incluindo as plataformas de venda de ingressos, deve trabalhar em soluções técnicas para bloquear a compra em massa por meio de programas automatizados. Ao mesmo tempo, o governo precisa desenvolver medidas concretas, incluindo o investimento em tecnologia para impedir o uso de programas ilegais,” destacou o Serviço de Pesquisa da Assembleia Nacional em um relatório publicado em novembro de 2023.
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