HIT!News, Política

Yoon Suk Yeol é destituído da presidência após aprovação unânime de impeachment pela Corte Constitucional da Coreia do Sul

A Coreia do Sul viveu um momento histórico nesta quinta-feira (4) com a destituição oficial do presidente Yoon Suk Yeol, após a Corte Constitucional aprovar por unanimidade seu impeachment. A decisão marca a segunda vez na história democrática do país em que um chefe de Estado é removido do cargo, oito anos após o caso de Park Geun-hye, em 2017.

A Corte levou 111 dias para concluir o julgamento desde que a Assembleia Nacional aprovou a moção de impeachment. Yoon foi acusado de traição por declarar lei marcial em 3 de dezembro, em um movimento que os juízes classificaram como uma tentativa de impedir o funcionamento do Legislativo e violar os princípios da democracia.

Durante a leitura do veredicto, o juiz interino Moon Hyung-bae destacou a gravidade das ações do presidente: “O réu declarou a lei marcial com a intenção de superar um impasse com a Assembleia Nacional, depois mobilizou forças militares e policiais para impedir o exercício da autoridade constitucional da Assembleia, negando assim os princípios da soberania popular e da democracia.”

A decisão foi finalizada às 11h22 (horário local), resultando na destituição imediata de Yoon. Com isso, ele e a primeira-dama Kim Keon Hee deverão deixar a residência oficial em Hannam-dong, Seul. Pela legislação vigente, ex-presidentes que não completam o mandato ainda têm direito a até dez anos de proteção do Estado.

Com a queda de Yoon, a Constituição determina que uma nova eleição presidencial deve ser realizada em até 60 dias. O prazo final é 3 de junho, data em que, provavelmente, os sul-coreanos voltarão às urnas.

Em pronunciamento à nação, o agora presidente interino Han Duck-soo afirmou que encara o momento com seriedade e garantiu que trabalhará para manter a estabilidade nacional, incluindo segurança, relações exteriores e questões econômicas. Ele também rejeitou os pedidos de demissão apresentados pela chefia de gabinete e pelos secretários presidenciais, citando a necessidade de evitar um vácuo na administração pública.

Yoon divulgou uma nota cerca de três horas após a decisão, agradecendo o apoio que recebeu e pedindo desculpas à população: “Foi uma grande honra servir à República da Coreia. Sou profundamente grato a todos que me apoiaram apesar das minhas falhas. Estou verdadeiramente arrependido e de coração partido por não ter correspondido às expectativas de vocês. Sempre orarei pela nossa amada nação.”

O líder interino do partido governista People Power Party, Kwon Young-se, também se pronunciou, afirmando que a legenda aceita a decisão da Corte com humildade. “Acreditamos firmemente que respeitar essa decisão é o único caminho para preservar a democracia e o Estado de Direito”, declarou. “Acima de tudo, estendo nossas sinceras desculpas ao povo.”

Na mesma tarde, Yoon se reuniu com a liderança do PPP por cerca de 30 minutos. Agradeceu o apoio e incentivou a preparação para as próximas eleições: “Embora esteja deixando o cargo dessa forma, desejo sinceramente que o país continue trilhando o caminho do sucesso.”

Já o líder do principal partido de oposição, Lee Jae-myung, destacou que a decisão representa uma retomada da democracia, impulsionada pela vontade popular. “A democracia do país foi restaurada pela força do povo. Agora é hora de garantir que a política volte a ser uma fonte de esperança”, afirmou.

Fonte: (1)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *