O polêmico programa de audição “Under 15”, que prometia formar um novo grupo feminino de K-pop com participantes de 8 a 15 anos, foi oficialmente cancelado nesta sexta-feira (28) após intensa pressão pública e acusações de exploração e sexualização de menores.
A decisão foi anunciada pela produtora Crea Studio, responsável pelo projeto, que afirmou em comunicado: “Após profunda reflexão, decidimos que seria melhor cancelar a transmissão programada e nos concentrarmos em proteger os participantes e reorganizar o programa”.
A emissora MBN também confirmou o cancelamento.
O programa havia selecionado 59 meninas de mais de 70 países. A ideia era de, nas palavras da CEO Seo Hye-jin, criar um “BLACKPINK de menores de idade”. Os teasers divulgados em 12 de março mostraram participantes com maquiagem pesada, roupas curtas e coreografias consideradas adultas, além de fotos com códigos de barras, que gerou a interpretação de objetificação das jovens.
As críticas se intensificaram nas redes sociais, com usuários chamando o programa de “show de pedófilos” e exigindo seu cancelamento.
Em coletiva de imprensa emergencial no dia 25 de março, a equipe do “Under 15” tentou justificar as escolhas estéticas e estruturais do programa. No entanto, a justificativa não convenceu.
A polêmica também levou muitos internautas e críticos a destacarem a falta de leis específicas contra a sexualização de menores na mídia sul-coreana. Na indústria do K-pop, muitos idols são formados desde os 14 anos. A Coreia do Sul permite até 35 horas semanais de trabalho para menores de 15 anos, sem restrições claras sobre conteúdo sexualizado.


