Um encontro entre ministros da economia da Coreia, Japão e China reacendeu especulações sobre a possibilidade de um acordo de livre comércio (FTA) entre os três países. A reunião trilateral ocorreu no último domingo (30) e foi a primeira desde 2019, reunindo Ahn Duk-geun, Wang Wentao e Yoji Muto, representantes das respectivas nações.
O encontro acontece em meio à recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas “recíprocas” sobre produtos de vários países. A Coreia enfrentará uma tarifa de 26%, enquanto China e Japão serão afetados por taxas de 34% e 24%, respectivamente. Apesar do avanço nas negociações, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia ressaltou que a reunião não representou um passo concreto para a formalização do FTA. “Já discutimos esse acordo há algum tempo. A declaração conjunta destacou que as negociações continuarão, mas o encontro não resultou em uma decisão definitiva”, afirmou Lee Won-ju, porta-voz do ministério.
O representante chinês demonstrou maior interesse na aceleração do processo, propondo, inclusive, a modernização do atual acordo entre Coreia e China. A estratégia faz parte do movimento da China para fortalecer alianças comerciais diante do protecionismo econômico dos EUA. Porém, o governo sul-coreano tem adotado uma postura cautelosa. “Verificamos os comentários do ministro chinês na CCTV sobre medidas unilaterais e protecionismo dos EUA, mas não concordamos com essa posição na reunião trilateral”, esclareceu Lee Won-ju.
Analistas apontam que, apesar do interesse na diversificação das cadeias de suprimentos, Coreia e Japão mantêm forte alinhamento econômico com os EUA. “A integração econômica de Coreia e Japão às redes lideradas pelos EUA faz com que qualquer aproximação com a China exija cautela. O governo sul-coreano está consciente de que um fortalecimento excessivo dessas relações pode impactar o apoio dos EUA”, explicou Jang Sang-sik, especialista da Korea International Trade Association.
A perspectiva de um FTA trilateral ainda enfrenta desafios geopolíticos, mas as negociações seguem em andamento.
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