Lee Jae-myung, do Partido Democrata Liberal (considerado centro-esquerda), foi eleito presidente da Coreia do Sul numa eleição antecipada realizada nesta terça-feira (03), marcando uma virada política após o impeachment do conservador Yoon Suk Yeol. Lee assume imediatamente, herdando um país em crise política e econômica.
Com 93,84% das urnas apuradas, Lee liderava com 48,77% dos votos, contra 42,11% de seu principal adversário, Kim do PPP. A vitória foi declarada pelas principais emissoras do país antes da meia-noite, horário da Coreia.
A votação contou com 79,4% de participação da população, a quarta maior desde 1987.
Esta eleição histórica acontece após a destituição do ex-presidente Yoon Suk Yeol pelo Tribunal Constitucional em 4 de abril. Yoon foi afastado por exceder sua autoridade constitucional após sua fracassada tentativa de declarar lei marcial de emergência em dezembro do ano passado – a primeira desde o movimento de democratização de 1987.
Ao deixar sua residência após a confirmação da vitória, Lee declarou: “Respeito a grande decisão do povo… Farei todo o possível para cumprir a imensa responsabilidade e missão a mim confiada, para não desapontar as expectativas dos cidadãos”. Em seu discurso, ele ainda prometeu restaurar a democracia, acabar com o ódio, focar no custo de vida e buscar coexistência pacífica com a Coreia do Norte.
Kim, do PPP, reconheceu a derrota: “Aceito humildemente a decisão do povo. Parabenizo o candidato Lee Jae-myung por sua eleição”.
Esta é a terceira candidatura presidencial de Lee. Ele perdeu para Yoon em 2022 por por menos de 1%. Com a vitória de Lee, o Partido Democrata controla tanto a Presidência quanto a maioria na Assembleia Nacional (171 das 300 cadeiras), encerrando um período de governo dividido.
O percurso de Lee até a presidência é marcante: ex-trabalhador infantil, sobreviveu a um ataque com faca no ano passado e ganhou notoriedade ao transmitir ao vivo sua corrida para o parlamento durante a tentativa de lei marcial de Yoon. Sua votação de 48,77% é a maior parcela obtida por um candidato presidencial desde 2012.

