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HIT!Review: SUPER JUNIOR celebra duas décadas com vigor e refinamento em “Super Junior25

Revisão: Giovanna Baroni
Design: Barb

Experiência vibrante

São Paulo, 17 de julho de 2025.

Lançado em 8 de julho de 2025, o 12º álbum do Super Junior, “Super Junior25”, não é somente comemorativo, é técnico, consciente e artisticamente sólido. Cada faixa evidencia um grupo que, ao invés de se apoiar em fórmulas nostálgicas, opta por experimentar sem perder a coerência estética que consolidou sua marca ao longo de duas décadas.

Express Mode: pop club com arquitetura vocal coletiva

O álbum abre com uma faixa dançante, em que os vocais são usados como instrumentos rítmicos. Há uma alternância ágil entre versos curtos, refrões em uníssono. Um destaque são os adlibs — frases, palavras ou sons curtos, frequentemente improvisados, adicionados a uma música para enriquecê-la, dar ritmo ou personalidade — que estão bem distribuídos, ao mostrar domínio de dinâmica de grupo. 

A faixa combina synth-pop com EDM de pista, explorando breaks dramáticos e uma ponte final que eleva a tensão antes do último refrão.

Haircut: pop minimalista levado ao extremo dramático

Uma das composições mais ousadas do álbum. Baseada em metáforas cotidianas (o corte de cabelo como símbolo de libertação emocional), “Haircut” segue uma linha minimalista no instrumental, deixando espaço para a interpretação vocal ser o elemento condutor. 

A técnica vocal é contida e intimista até os 25 segundos finais, quando uma virada inesperada com sintetizadores distorcidos e voz em camadas quebra o ritmo, funcionando como clímax dramático.

Air: leveza e técnica melódica

Com estrutura que remete ao J-pop contemporâneo, “Air” é uma faixa de verão que valoriza harmonias suaves. Os vocais principais adotam tons médios e respirações audíveis, enquanto os falsetes adicionam textura. 

A música se apoia em uma progressão melódica ascendente, o que exige controle de fôlego e precisão nos agudos. É um exercício de técnica limpa e dicção fluida.

Delight: pop ascendente com falsete bem trabalhado

Delight” é guiada por uma progressão harmônica otimista. Na música, há uso estratégico do falsete, especialmente nos refrões, o que adiciona leveza sem abdicar da potência. 

O arranjo vocal lembra as baladas do final da década de 2000, porém repaginadas com batidas digitais e sintetizadores.

I Know: balada retrô com lirismo contido

A composição, assinada por Kangta (H.O.T), é uma balada lenta, clássica, com piano e cordas em primeiro plano. 

Aqui, os vocais ganham espaço para storytelling: entonações delicadas, pausas respiradas e timbres mais encorpados. 

Say Less: R&B e groove técnico com vocal falado e harmonizado

Esta talvez seja a faixa mais sofisticada do álbum. Um R&B com influência do new jack swing e funk coreano, “Say Less” combina vocais falados, falsetes e harmonias complexas. 

Os vocais graves ganham destaque, especialmente na introdução e nos refrões, ao criar um clima mais maduro e sensual. 

D.N.A.: eletrônica de pista com drive vocal

A sétima faixa é um eletro-pop de construção rápida, com drops eletrônicos, synths distorcidos e vocais incisivos. O refrão usa técnica de “call and response”, alternando entre vozes solistas e backing vocals que respondem com frases curtas. 

A técnica aqui está no ataque vocal: entradas precisas, o uso de autotune como efeito proposital, não como correção, e o uso de drive vocal. A última técnica citada é um efeito sonoro aplicado à voz, caracterizado por um som áspero, rasgado, ou crepitante, semelhante a um pedal de overdrive em instrumentos musicais para adicionar intensidade. 

Finale: construção de palco e entrega emocional

Escrita por Donghae, a faixa parece que foi escrita com a intenção de ser escutada em shows, devido a sua atmosfera cativante. 

Há seções quase teatrais, com mudanças bruscas de andamento, sobreposição de harmonias e vocais que simulam um coral. 

Stuck With You (우리의 꽃말):  balada de encerramento com arranjo vocal coral

Encerrando o álbum, esta balada em piano e cordas é quase uma carta de amor ao fandom E.L.F. 

Os vocais são distribuídos em blocos harmônicos, criando efeito de coral. O foco aqui está na emoção, e não na potência. 

20 anos como métrica de precisão artística

O álbum “Super Junior25” é, sobretudo, um marco no K-pop. Ao contrário de alguns artistas com carreira longa, o grupo evita o recurso da nostalgia como única ferramenta de conexão. O que se ouve é uma busca consciente por sons contemporâneos, com vocais ajustados à proposta de cada faixa. 

Há um esforço coletivo em reconfigurar o protagonismo vocal entre os membros, caracterizando um sinal de maturidade e renovação de papéis. Mais do que um presente aos E.L.F o álbum é uma aula de domínio técnico e inteligência sonora. 

SUPER JUNIOR não canta para lembrar o passado, mas para afirmar que ainda há caminho e repertório para o futuro.

Confira o álbum completo abaixo:

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Fontes: (1), (2), (3). 

Sobre o autor

Jornalista, colunista e assessora de imprensa HIT!
Sou STAY e você pode ver mais conteúdos meus no @akoninews.

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