Matérias

Grito pela nação: Dia do movimento a favor da independência coreana

Desde os primórdios das civilizações, o ato de se rebelar e/ou protestar retratou e retrata, até os dias de hoje, a voz de um povo que pede mudança, pelo bem de uma nação e de suas futuras gerações.

Exatamente no dia  1º de março de 1919, na capital coreana Seul e, simultaneamente, em todo o país, ocorreu o primeiro movimento pacífico pró-independência, buscando a autonomia governamental da península. A rebelião serviu como uma forma de expressar a insatisfação contra o Japão que, durante a Grande Guerra, se apossou do território. 

Tal dominação se iniciou em 1910, no período de reinado do Imperador Gojong, que se encontrava enfraquecido militarmente, e não pôde intervir. Durante sua soberania, o Japão proibiu que fosse lecionada a língua coreana nas escolas, também impediu o povo de celebrar a própria cultura, alegando ser uma forma filantrópica de civilizar o país.

Findando a Primeira Guerra Mundial, regimes imperialistas começaram a se desmanchar, criando nações independentes. Desse modo, o desejo de liberdade começou em meio aos estudiosos coreanos, desde o início de 1910, quando Joseon foi reconhecido como Império Coreano.

Além disso, em 21 de janeiro de 1919, o Imperador da Dinastia Joseon, Gojong, faleceu de forma suspeitas. Esse fato acendeu ainda mais a chama pela independência, já que o próprio monarca era defensor da soberania coreana. Sua morte ocorreu após a Conferência pela Paz em Paris falhar em libertar a península, dessa forma, a tensão foi crescendo conforme surgiram rumores de que ele poderia ter sido envenenado pelo regime japonês. 

Com a sensação de luto e o patriotismo em seus corações, 33 líderes religiosos e culturais se juntaram para dar origem ao documento chamado “A Proclamação de Primeiro de Março pela Independência Coreana”, documento que foi espalhado por toda a península e países vizinhos.

 Por mais pacíficas que fossem as manifestações, o Japão recebeu este ato como uma ameaça e respondeu violentamente, marcando a história com milhares de vítimas. O resultado após a luta do povo foi a criação de um Governo Provisório da República da Coreia em 1919, elegendo Syngman Rhee como presidente.

Durante os movimentos, foram registradas 7 mil pessoas mortas e 16 mil pessoas foram feridas. Mas as vidas perdidas nas rebeliões não foram em vão, pois marcaram o começo de reformas cívicas, estruturando as bases de um governo futuramente democrático. Por fim, em 1945, o Japão foi derrotado e condenado a libertar todas as nações consideradas colônias. 

Em 1949, oficialmente passou a se comemorar o dia  1º de março como feriado, no qual bandeiras são hasteadas dentro das casas e no alto de grandes edifícios, passeatas são organizadas exibindo a imagem daqueles que lutaram e morreram pela causa. Além disso, o sino de Bosingak, localizado em Seul, é soado 11 vezes por dignitários e políticos, relembrando a memória dos 33 heróis da independência.

E a frase que é lembrada como o início de uma nação independente diz: “Nós aqui proclamamos a independência da Coreia e a liberdade do povo coreano. Dizemos ao mundo em testemunho da igualdade das nações e passamos para a posterioridade como seu direito herdado.” 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *