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Epidemia de crimes digitais entre adolescentes na Coreia do Sul alerta autoridades

A Coreia do Sul enfrenta um aumento alarmante nos crimes sexuais digitais entre adolescentes, com mais de 80% dos ofensores de deepfake sendo jovens. De acordo com informações repassadas pela polícia em 25 de outubro, em apenas 10 meses de 2023, 474 pessoas foram presas por crimes envolvendo deepfake, e 381 dessas prisões são de adolescentes. Esses jovens muitas vezes agem sem entender a gravidade de suas ações, considerando a criação de conteúdo pornográfico deepfake como uma “brincadeira” sem consequências.

Entre os casos denunciados, destacam-se situações em que estudantes criaram e compartilharam vídeos deepfake de colegas sem consentimento, chegando a ameaçar as vítimas com o conteúdo. Um caso específico envolveu um estudante do ensino fundamental que solicitou a criação de material pornográfico utilizando a imagem de sua professora. Após a denúncia, ele foi transferido para outra escola e enfrenta acusações criminais.

Autoridades e especialistas alertam que essa prática é uma forma de violência escolar que causa danos profundos às vítimas. “O problema com a pornografia deepfake é que a tecnologia por trás dela é tão detalhada e sofisticada que quase parece real,” disse Min Go-eun, diretora de direitos humanos da Associação de Advogadas da Coreia, em entrevista para o Chosun Daily. “A vergonha e a humilhação vivenciadas pelas vítimas são as mesmas enfrentadas por aqueles afetados por gravações ilegais.”, finaliza. Ela enfatizou que os perpetradores devem ser responsabilizados e que os adolescentes deveriam ser melhor educados sobre a gravidade de tal crime.

As consequências para os ofensores variam, desde pedidos de desculpas e serviços comunitários até transferências e expulsões. A legislação sul-coreana tem se mostrado mais rigorosa, com a recente aprovação de uma lei que criminaliza a posse e a visualização de conteúdo deepfake sexualmente explícito, impondo penas severas aos infratores, incluindo multas e detenção.

Esse aumento nos crimes sexuais digitais gerou um debate crescente sobre a necessidade de intervenções mais robustas e efetivas para proteger os estudantes e prevenir casos futuros. Além de medidas punitivas, as escolas devem implementar programas de conscientização que eduquem os alunos sobre a gravidade dos crimes digitais e promovam uma cultura de respeito e consentimento.

Texto: Joana de Alcantara

Fontes: (1), (2), (3)

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