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Entre memórias e melodias — Entrevista Olivia Marsh

Entrevista: Isabella Castello Branco e Giovanna Araujo
Booking: Carol Steinert
Tradução: Alice Oliveira
Design: Vicky Barros 

Com seu single de estreia “42“, podemos dizer que Olivia Marsh não lançou apenas uma música, mas sim uma cápsula do tempo repleta de momentos preciosos de sua vida. Usando memórias afetivas, ela produziu uma narrativa autêntica e cativante que ressoou profundamente no coração dos ouvintes. Em uma entrevista exclusiva para Hit!, Olivia nos leva em uma viagem através desses momentos que inspiraram seu debut, além de contar um pouco sobre suas inspirações e o que espera de seu futuro na música. Confira!

Time HIT!: Quando você ouviu “42” pronta pela primeira vez, qual foi a sensação?

Olivia Marsh: Quando eu ouvi a versão final de “42”, pensei no momento em que sentamos para escrever a música. Eu não fazia ideia de que me apegaria tanto a ela, muito menos de que seria eu a pessoa a cantá-la! Eu senti uma enorme gratidão por tudo que me trouxe até aqui, um lugar onde eu posso compartilhar a minha música! Também me senti muito grata a minha família. Me sinto tão abençoada por ter o apoio e carinho dela comigo durante todo esse tempo.

Time HIT!: No MV de “42 (Memoir)” podemos ver muitas cenas filmadas por câmera analógica, com memórias e POV’s do seu passado. Quão apegada você é a todos os momentos que já viveu? Você se considera uma pessoa nostálgica?

Olivia Marsh: Eu me considero uma pessoa bem nostálgica e às vezes penso na minha infância e no meu passado. Durante a criação do videoclipe de “42 (Memoir)”, nós assistimos a quase dez horas de filmagens caseiras. Tive muita sorte pela minha mãe e meu pai terem gravado todos esses momentos preciosos da minha infância. Eu nunca tinha visto quase nenhuma das filmagens e lembro de tê-las assistido com a minha família e ficado muito emocionada. “42” fez com que eu olhasse para trás e revivesse partes da minha juventude das quais eu havia esquecido. Me sinto muito grata por poder compartilhar esses momentos do meu passado com todo mundo.

Time HIT!: Quais são os seus planos para o futuro na indústria da música?

Olivia Marsh: Tem tantas coisas que eu quero tentar fazer no futuro. Espero compor para mim e para os outros de forma contínua e desenvolver ainda mais o meu próprio estilo. Às vezes, sinto que sou um pouco ingênua e que tenho pouca experiência com o mundo. Por isso, às vezes sinto dificuldade em me expressar através das minhas músicas, encontrar as coisas certas para falar sobre e me pergunto se aquilo que eu quero compartilhar com todos é algo com o qual eles se irão se conectar ou vão querer ouvir. Mas eu estou aprendendo mais e mais a cada dia. Só no ano passado, eu vivenciei relacionamentos e mágoas que mudaram meus pensamentos sobre o amor. Antes, eu sempre me perguntava o porquê de o amor ser um dos tópicos mais cantados nas músicas. Agora, eu entendo o motivo.

Time HIT!: Com o seu debut, nós conseguimos ver que você é uma pessoa que consegue se expressar muito bem por meio de letras lindas e mensagens acolhedoras das suas músicas. Qual ou quais tipos de sentimentos você espera que as pessoas sintam ao ouvir o seu trabalho?

Olivia Marsh: Recentemente, durante uma viagem a trabalho, fiquei muito tocada por algo que a minha estilista disse. Ela mencionou que depois de um longo dia de trabalho, ela foi para casa e escutou “42”. Ela disse que a música a acalmou e ela pôde relaxar e dormir em paz naquela noite. Quando ela me contou isso, percebi que era o que eu esperava ser capaz de transmitir a todos com as minhas músicas. Seja para curar algum sofrimento, encontrar conforto ou apenas relaxar, eu espero que, de alguma forma, elas impactem os ouvintes positivamente.

Time HIT!: Tem algum conselho ou dica que você recebeu enquanto se preparava para o seu debut que te impactou profundamente?

Olivia Marsh: Recebi muitos conselhos da minha família enquanto me preparava para o meu debut. Minha mãe sempre me diz para crescer e aprender com experiências passadas, mas sem me prender aos erros e sempre dar o meu melhor para viver o momento. Meu pai sempre apoiou qualquer coisa nova que eu quisesse tentar e sinto que aprendi muito sobre o mundo ouvindo suas histórias e sobre sua vida. A minha irmã, que tem experiência na indústria, está me dando muitos conselhos e apoio durante esse período, o que também me faz sentir muito grata.

Time HIT!: Quem é a sua maior inspiração na música?

Olivia Marsh: Cada vez que eu escrevo, me inspiro em algo diferente. Na maioria das vezes, em alguma experiência que tive ou algo que sonhei. Em outras, encontro inspiração nas músicas que estou ouvindo naquele momento e nos meus artistas favoritos.

Time HIT!: Se você pudesse definir o seu conceito em 5 palavras, quais seriam?

Olivia Marsh: As palavras que me vêm à mente no momento são: nostálgico, aconchegante, eclético, agridoce e redemoinhos.

Time HIT!: Você tem algum ritual ou hábito antes de subir ao palco, ou gravar no estúdio que te ajuda a “entrar no clima”?

Olivia Marsh: Com certeza! Sempre começo qualquer sessão de composição ou gravação com um café! Principalmente quando estou em casa. Porque o meu estúdio fica do lado do meu quarto e às vezes acho difícil separar o trabalho do meu tempo de descanso. Mas, quando eu vou pegar um café, é quase como se eu mudasse a chave e entrasse no modo trabalho. É algo pelo qual sempre espero ansiosamente. Antes de qualquer apresentação, sempre me certifico de estar bem hidratada e aquecida. Eu adoro beber água de coco antes de cantar, porque relaxa a minha garganta.

Time HIT!: Como você acredita que a cultura coreana influenciou sua música e sua visão artística?

Olivia Marsh: Tive muita sorte de poder vivenciar as culturas dos meus pais. Mesmo antes de eu morar na Coreia do Sul, minha mãe costumava cantar canções de ninar coreanas para mim quando eu era bebê. Por causa disso, as primeiras músicas que aprendi foram em coreano. Acho que ser introduzida à cultura coreana desde tão jovem definitivamente teve influência na minha música. Além disso, começar minha carreira no mundo do K-pop também influenciou meu estilo de escrita e meu processo criativo. Espero criar músicas com as quais todas as culturas possam se conectar e desfrutar.

Time HIT!: Tem algum livro, filme ou obra de arte que te influencia quando você está fazendo música, ou as ideias surgem de forma natural?

Olivia Marsh: Com certeza! Sou muito inspirada por todas as formas de arte! Especialmente filmes e obras de arte. Eu realmente amo a arte visual e sou muito inspirada pelas pinturas que minha mãe me levou para ver quando eu era criança! Sou uma grande fã de Raqib Shaw e Del Kathryn Barton. As cores vibrantes, os detalhes e a beleza que vejo em suas obras são algo que eu também adoraria transmitir por meio do meu próprio trabalho. Filmes como “V de Vingança”, “O Piano”, “Princesa Mononoke”, “Antes do Amanhecer”, “A Origem” e “A Noviça Rebelde” são alguns dos meus filmes favoritos. A narrativa incrível desses filmes me emociona e espero poder também emocionar as pessoas e contar minhas próprias histórias de uma forma com a qual elas possam se identificar.

Time HIT!: Tem algum conceito ou tema que você gostaria de explorar em seus futuros trabalhos?

Olivia Marsh: Sinto que, nesses últimos anos, passei por um grande crescimento pessoal e autodescoberta. Sem dar muitos spoilers do que está por vir, eu adoraria escrever mais sobre experiências recentes da minha vida.

Time HIT!: Se você pudesse organizar o festival de música perfeito, quais artistas ou bandas você convidaria e por quê?

Olivia Marsh: Doja Cat – Fiquei completamente maravilhada com a performance dela no Coachella em 2024! Ela é sempre tão experimental nas suas apresentações!

Emotional Oranges – Eu amo demais as músicas deles e sinto que eles realmente animariam o público, hahaha.

Coldplay – O Coldplay tem um alcance tão universal e nunca deixa de emocionar as pessoas com suas músicas!

Time HIT!: Se você pudesse cantar uma música para a trilha sonora de um filme, qual você escolheria?

Olivia Marsh: Ah, eu adoro essa pergunta! Eu amo a música “So Close”, da cena do baile de “Encantada”. “Journey to the Past” de “Anastasia” é definitivamente outra favorita! E também “Free the Birds” de “Mary Poppins”.

Time HIT!: Qual é a importância da autenticidade para o seu trabalho e como você faz para se manter verdadeira consigo mesma?

Olivia Marsh: Eu tento apenas mostrar o meu verdadeiro eu nas minhas músicas, não forçar nada de mais. Eu amo tanto fazer música e cantar, e me sinto muito sortuda por poder fazer isso todos os dias. Espero que a alegria e a emoção que eu coloco nas minhas músicas também sejam transmitidas.

Time HIT!: Mande uma mensagem para o seu eu do futuro.

Olivia Marsh: Oi, Liv! Como andam as coisas, amiga? O que você tem feito? Espero que você tenha um dia maravilhoso! Certifique-se de ser sempre grata e esperançosa! Se algo estiver te incomodando no momento, saiba que vai passar.

Perguntas sobre “Heaven”

Time HIT!: A música “Heaven” tem uma energia que remete sutilmente às festas de final de ano, sem as mencionar explicitamente. O que inspirou a decisão de capturar o espírito dessa época de forma tão indireta?

Olivia Marsh: Na verdade, fui inspirada pela própria faixa. Nós inicialmente não compusemos a música com a intenção de ter um tema natalino. Mas na pós-produção, o produtor Silly Silky adicionou sons de sino no segundo verso. Eu amei tanto e, para mim, isso mudou completamente a energia da música. Eu pensei que a faixa seria perfeita para a temporada de festas! A música em si fala sobre sentimentos de amor, mas sempre me interesso por como os ouvintes interpretam a canção.

Time HIT!: A letra de “Heaven” parece explorar a fronteira entre sonho e realidade. Como você espera que os ouvintes interpretem ou se conectem com essa mistura de emoções?

Olivia Marsh: Sim! Na verdade, eu compus essa música sobre um sonho que tive. Sabe aquela sensação de acordar e não ter certeza se estava realmente sonhando ou se aquilo era realidade? Foi exatamente isso o que aconteceu. Normalmente, tenho sonhos muito fantasiosos, mas esse se destacou para mim porque foi tão realista… Tão vívido que, quando acordei, quase perguntei se aquilo tinha realmente acontecido! No sonho, conheci essa pessoa e senti um amor incondicional e avassalador. Eu não fazia ideia de quem era, mas me fez pensar se aquilo era um presságio de algo que estava por vir. Não tenho certeza de como todos vão interpretar o significado por trás da letra, mas espero que a música consiga despertar sentimentos de amor e esperança em quem estiver ouvindo.

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Live clipe de “Heaven” (Créditos: Reprodução/MPLIFY/Youtube)
Videoclipe oficial de “42” (Créditos: Reprodução/MPLIFY/Youtube)

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