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Cyberbullying, Negligência e Injustiça: Entenda o caso de Seunghan

Texto: Duda Valentini

Brasil, 15 de outubro de 2024

O caso de Seunghan, ex-integrante do grupo RIIZE, se tornou um alerta sobre os perigos do cyberbullying e a falta de proteção da empresa, que muitos artistas enfrentam. Após um afastamento de 10 meses devido ao vazamento de fotos pessoais, que o mostravam em situações controversas, a história de Seunghan ilustra uma realidade sombria no mundo do entretenimento sul-coreano.

Na última sexta-feira, 11 de outubro, a SM Entertainment anunciou o retorno de Seunghan ao grupo, mas a recepção foi marcada por protestos intensos. Os fãs sul-coreanos mostraram sua revolta com coroas de flores, em formatos utilizados nos funerais, e demonstrações de ódio nas redes sociais, fazendo ameaças e comentários cruéis ao artista. Em vez de proteger Seunghan, a empresa tomou a decisão de retirá-lo do grupo, fazendo com que muitos se perguntassem até onde o ódio pode chegar nas redes sociais.

Após a sua saída, Seunghan publicou uma carta escrita a mão, se desculpando e assumindo a culpa pelas suas ações. Essa autocrítica, no entanto, é um triste reflexo da pressão que muitos artistas enfrentam. 

O integrante do RIIZE, WONBIN, se manifestou nas redes sociais um dia antes da saída de Seunghan, expressando sua preocupação com os fãs e com a situação do colega. Sua mensagem de apoio contrasta com a falta de defesa que o artista recebeu da empresa. 

“BRIIZE! Não sei o que dizer primeiro, mas vou ser corajoso e dizer o que quero dizer para BRIIZE.

Mesmo neste momento em que estou escrevendo isso, não sei o que BRIIZE pensaria se isso fosse ao ar… Estou cauteloso e preocupado, mas acho que será mais confuso e difícil se não houver reação de nossos membros, então vamos escrever um resumo do que conversamos com nossos membros.

Acho que BRIIZE deve ter pensado muito sobre isso nos últimos tempos, se Seunghan vai voltar ou não, e por que ele não dá uma resposta definitiva rapidamente.

Também conversamos muito com Seunghan e a empresa por um longo tempo.

Quero que você saiba que os membros pensaram, pensaram e pensaram profundamente sobre isso juntos.

Sempre quis deixar todos os BRIIZES felizes, mas sinto muito por não poder…

Isso não vai aliviar completamente as preocupações de BRIIZE, mas espero que possa ser um consolo na confusão.

Não há RIIZE sem BRIIZE. Como sempre digo, quero criar boas memórias com BRIIZE e vê-las por muito tempo.”

Após a saída do membro, Wonbin apagou a postagem de sua carta.

A indignação não se limita ao fandom do RIIZE. K-popers de todo o mundo se uniram para protestar sobre a situação no X, contabilizando mais de 1,1 milhão de tweets e utilizando hashtags como #BRINGBACKSEUNGHAN e #JUSTICEFORSEUNGHAN que entraram nos trend topics de muitos países. Além disso, os fãs de K-pop pararam de seguir tanto o RIIZE quanto a SM em todas as redes sociais, como forma de boicote e protesto contra a empresa. O baixo-assinado pedindo sua volta ao grupo ganhou mais de 150 mil assinaturas. Manifestações em frente à SM Entertainment e bilhetes de carinho nos metrôs de Seul refletem a força desse movimento. 

Fonte: Change.org, RIIZE BRASIL via X,

Infelizmente, mesmo com este projeto, os haters continuaram mandando mais e mais coroas de flores para a fachada da empresa, com direito a vídeos em que essas pessoas dançam para debochar do membro.

É essencial que as empresas de entretenimento tomem responsabilidade e atuem para proteger seus artistas, em vez de descartá-los em momentos de crise. O cyberbullying e a cultura do ódio não podem ser normalizados. A mensagem é clara: devemos nos unir contra a injustiça e apoiar aqueles que enfrentam adversidades, independentemente do fandom.

A situação de Seunghan nos mostra que precisamos mais do que nunca discutir e combater o cyberbullying de forma eficaz. É inaceitável que a vulnerabilidade de um artista se torne um campo fértil para o ódio. O que aconteceu com Seunghan não é apenas uma injustiça pessoal, mas o reflexo de um sistema que falha em proteger seus integrantes. A luta por justiça continua, e a voz de cada um de nós é essencial para garantir que esse tipo de situação não se repita.

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