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AMOR E NOSTALGIA EM R&B — ENTREVISTA OLIVIA MARSH

Entrevista: Adê Moura 
Tradução e Booking: Carol Steinert

Prestes a completar um ano desde o debut como cantora, Olivia Marsh reafirma sua posição como uma voz distinta na cena atual do pop em seu mais novo comeback com a faixa “Lucky Me”, em colaboração com o rapper Wonstein.

Ao explorar o R&B neste single, repleto de interpretações e sentimentos, Olivia nos mostra maturidade e delicadeza. Esse contraste só é possível graças ao seu amor pelo trabalho e às boas referências com as quais a artista se cerca.

A HIT! conversou com Olivia sobre seu processo criativo, os bastidores da faixa e muito mais. O resultado dessa entrevista exclusiva você confere agora:

Time HIT!: O single “Lucky Me” conta com a participação de Wonstein. Durante a preparação para a colaboração, o que vocês puderam aprender um com o outro?

Olivia Marsh: Eu percebi, enquanto trabalhava com Wonstein, que ele escreve as letras e a melodia ao mesmo tempo. Era quase como se ele estivesse fazendo um freestyle, mas tudo o que cantava era intencional. Quando estávamos juntos no estúdio, eu amei como as melodias e as letras dele pareciam uma coisa só, conectadas e orgânicas, como se tivessem sido feitas para estarem juntas. Ele também tem um tom de voz e uma interpretação emocional tão lindos. Cada take era único à sua própria maneira. Definitivamente, eu aprendi muito trabalhando com ele.

Time HIT!: A letra de “Lucky Me” explora um relacionamento que está machucando ambas as pessoas. Como foi o processo para entrar em contato com esse sentimento tão vívido na letra?

Olivia Marsh: Eu sinto que a letra de “Lucky Me” pode ser interpretada de muitas maneiras diferentes. Enquanto eu pensava em todos os elementos visuais para a música, conversei com um dos compositores com quem colaborei. Fiquei surpreso ao ouvir a intenção original dele por trás da letra e como era diferente da minha interpretação. Ele disse que a música era uma carta para o “eu” atual, alguém que ainda está nos estágios iniciais da minha carreira musical. Ele me lembrou que: “não importa o quão grandes seus sonhos se tornem, você tem tudo o que precisa bem aqui, em casa, não perca de vista as ‘coisas simples’ e as pessoas que realmente te amam e te trazem alegria”. Agora a música tem um significado ainda mais profundo para mim também.

Time HIT!: Na sua última entrevista com a HIT!, você disse que costumava se perguntar por que as músicas sobre amor são tão comuns. Desde então, o que você aprendeu sobre esse sentimento e como isso pode ser visto em “Lucky Me”?

Olivia Marsh: Eu sinto que comecei a entender por que a maioria das músicas é sobre amor depois de escrever “Waterworks”. O amor compõe o meu dia a dia e a maioria dos meus pensamentos. Muitas pessoas sentem a necessidade de expressar sua paixão através de uma forma de arte e eu me sinto da mesma forma. “Lucky Me” começou como um simples rascunho de um beat que eu fiz alguns anos atrás. Naquela época, eu estava apenas começando a fazer beats e, embora não soubesse muito bem o que estava fazendo, lembro de amar o processo.

Time HIT!: Entre a fantasia das idealizações e a realidade do que podemos vivenciar em um relacionamento romântico, qual caminho você acha que suas músicas geralmente tendem a seguir?

Olivia Marsh: Acho que pode ser uma mistura dos dois. Algumas das minhas músicas vêm de experiências pessoais, enquanto em outras eu apenas deixo as coisas fluírem durante a sessão. As que eu deixo fluir tendem a se desenvolver mais tarde em canções que se inclinam mais para a fantasia. Se for para ser totalmente sincera, eu sou mais atraída pela musicalidade de uma música, pelo som dela e pela sensação que a música me causa, em vez de pensar na história da música de antemão.

Time HIT!: Como espectadores e ouvintes do seu trabalho, só temos acesso ao material que você produz quando ele já está finalizado. Ao longo da sua produção, você tende a abandonar certas ideias ou finaliza seus projetos exatamente como os imaginou antes de começar?

Olivia Marsh: Eu sinto que meu estilo de trabalho se inclina mais para a experimentação, e se eu não sinto uma ideia quando a ouço de novo, eu a abandono por um tempo e começo algo novo. “Lucky Me” começou como um rascunho que eu fiz, mas eu simplesmente o deixei de lado por uns dois anos. Naquela época, não tinha melodia nem muitos instrumentos. Quando conheci os co-compositores e produtores da música, senti que encontrei a combinação perfeita para trabalhar nela. A música se tornou algo que eu nunca teria imaginado quando fiz o beat pela primeira vez. Me sinto muito grata por tê-los conhecido e por ter tido a oportunidade de trabalhar na canção. Eles a transformaram em algo além do que eu poderia ter imaginado.

Time HIT!: Nos seus videoclipes, a presença de uma história de fundo é bastante comum. Como você as desenvolve para cada música?

Olivia Marsh: Para o meu single de estreia “42”, o conceito do videoclipe surgiu de forma bem orgânica. A história por trás da música era mais direta (sobre a casa em que cresci e memórias de infância) e, por isso, pareceu certo seguir essa ideia. Para outros videoclipes, como o de “Lucky Me”, a ideia por trás do vídeo veio do significado da música, mas foi mais a interpretação do diretor.

Time HIT!: Quase um ano se passou desde sua estreia. Durante esse período, qual você considera ter sido o momento mais desafiador?

Olivia Marsh: Acho que alguns dos momentos mais desafiadores foram filmar e me acostumar a ver meu rosto na câmera. Eu estou bem melhor agora, mas no começo era difícil me assistir e eu muitas vezes evitava ver o conteúdo meu que havia sido lançado.

Time HIT!: Em 2025, você esteve envolvida em vários projetos e no lançamento do seu EP. Qual desses projetos teve o maior impacto em você?

Olivia Marsh: O lançamento do meu EP teve um grande impacto em mim. Eu pude visitar muitas cidades grandes por toda a Ásia logo após o lançamento, e conhecer tantos fãs e pessoas incríveis foi uma experiência que eu daria tudo para reviver. O lançamento de “Lucky Me” também foi muito impactante, pois sinto que é um passo à frente em direção a uma maior autoconsciência sobre o estilo de música que amo criar.

Time HIT!: Em um vlog postado recentemente no seu canal, durante uma viagem a Melbourne, você visitou vários lugares que costumava frequentar. Quais histórias ou experiências que você viveu nesses lugares foram as mais memoráveis?

Olivia Marsh: Eu diria que os cafés e mercados que visitamos e mencionamos no vlog são muito memoráveis para mim. Na época em que eu morava em Melbourne sozinha, esses eram lugares onde eu encontrava conforto. Especialmente durante o lockdown. Um café em particular tornou o lockdown em Melbourne menos solitário.

Time HIT!: Também neste vlog, você visitou lojas de roupas vintage e de segunda mão com a sua irmã. Entre seus itens pessoais mais antigos, quais você considera que também carregam uma parte da sua própria história?

Olivia Marsh: Meu pai me deu de presente muitas camisas de flanela ao longo dos anos. Eu as valorizo muito. Algumas até já têm pequenos furos, mas com flanela, quanto mais você as usa, mais confortáveis elas ficam. Além disso, minha mãe me deu um anel de presente quando eu tinha cerca de 13 anos e eu raramente o tiro. Eu ficaria muito chateada se o perdesse.

Time HIT!: E pensando no futuro, quais itens você gostaria de deixar para a posteridade?

Olivia Marsh: O anel que minha mãe me deu quando eu tinha 13 anos seria um. Eu também tenho alguns anéis que minha avó me deu e que pertenceram à minha tia-avó. Eles significam muito para mim também e eu os passarei para meus filhos ou netos, se eu tiver.

Time HIT!: Você tem demonstrado um forte interesse em consumir arte em suas várias formas. Seja um livro, um filme ou uma exposição, você se lembra da última vez que uma intervenção artística tocou seus sentimentos?

Olivia Marsh: Eu fui ver a exposição de Marc Chagall¹ em Seul com minha família recentemente. Eu nunca tinha visto o trabalho dele pessoalmente e, na verdade, não sabia muito sobre ele. As obras dele de perto foram muito inspiradoras e eu amei ver como o estilo dele mudou e se desenvolveu ao longo dos anos de sua vida.

Time HIT!: Por fim, peço que deixe uma mensagem para os seus fãs brasileiros.

Olivia Marsh: Espero que vocês estejam amando “Lucky Me”!! Espero poder visitar o Brasil e conhecer todos vocês pessoalmente em breve!! Amo vocês 🙂

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¹Marc Chagall foi um pintor, ceramista e gravurista surrealista judeu belaruso-francês.

Olivia Marsh (올리비아 마쉬) – ‘Lucky Me (Feat. Wonstein (원슈타인))’ Official MV (Créditos: Reprodução/livymarsh/Youtube)

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