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Alunos da USP denunciam a falta de professores e possível fechamento na Habilitação em Língua Coreana.

Texto por: Yoshiko (@yo_kanzato)

Se você é um estudante que sonha em estudar a língua e literatura coreana na Universidade São Paulo (USP), então você precisa saber os riscos que o curso está correndo. 

Esse ano, a universidade foi nomeada como a Melhor Universidade da América Latina e Caribe pela QS World University Rankings 2024, além de ocupar, nessa mesma lista, um lugar entre as cem melhores instiuições de ensino superior do mundo. Embora o título seja uma grande honra para o nosso país, é inegável dizer que, em momento nenhum, foi considerado o sucateamento que vem ocorrendo há anos dentro da universidade. Uma das consequências mais notórias é a falta de professores que, consequentemente, gera o atraso na graduação dos alunos, defasagem no ensino, o fechamento de disciplinas obrigatórias e a sobrecarga dos professores contratados. 

Embora a falta de docentes ocorra em muitos cursos da instituição – principalmente aqueles vinculados à Faculdade de Letras, Filosofia e Ciências Humanas e outras áreas ligadas às humanidades–, este texto só irá abordar os problemas apontados pelo curso de Letras, com foco na habilitação em Coreano.

Para muitos brasileiros, a USP é a faculdade dos sonhos, é o sinônimo de sucesso. Dessa forma, a prova de admissão, conhecida como FUVEST (Fundação Universitária para o Vestibular), é a mais concorrida do Brasil e contou com 114.432 de candidatos na sua edição realizada em 2022. Entre esses candidatos, existem aqueles que admiram a língua e cultura coreana e optam por tentar uma vaga no curso de Letras – que, após a conclusão do ciclo básico, oferece ao aluno 16 alternativas (chamadas de habilitações) que variam desde a graduação com habilitação em linguística até o armênio. 

Afinal, a Universidade São Paulo é a primeira e única universidade na América do Sul que oferece um curso que atende os interesses dessa parcela dos candidatos. Contudo, o pioneirismo da instituição corre risco de término. 

Segundo os próprios estudantes do curso de Letras, a habilitação criada em 2013 “funciona” com apenas uma professora em regime integral e uma em processo de contratação (ação que demora alguns meses para a efetivação do funcionário como parte da instituição) que precisam encontrar formas exaustivas de trabalho para ensinar a língua e literatura do país asiático de forma plena para todos os alunos da graduação, isto é, alunos desde o segundo ano até o quarto ano. A falta de professores também causou o encerramento de matérias optativas relacionadas a área (o que causa o atraso na graduação dos alunos). 

Talvez alguns argumentem que a língua apresenta baixa demanda, porém isso não é verdade. Segundo a Comissão criada por discentes, a língua coreana apresenta enorme interesse entre os candidatos, possivelmente, graças à ascensão da onda Hallyu, e, em 2023, marcou a maior nota de corte entre todas as demais habilitações do curso.

 Também vale ressaltar que a extinção do idioma como opção para os alunos de Letras seria um grande prejuízo, pois causaria a perda de oportunidade para intercâmbios culturais (sendo este, para muitos graduandos, a única oportunidade que eles teriam para conhecer e estudar em um país estrangeiro) e pesquisa na área (ação que permite a melhoria da educação do nosso país).  

Por fim, vale lembrar que a falta de docentes não ocorre só entre os estudantes de coreano, como também em outras línguas, como japonês e espanhol, além de outros cursos como Geografia e Música. Não é necessário ser um uspiano para entender quão grave é a situação na qual a melhor faculdade do país se encontra, nem para ajudar os alunos que só estão buscando por um ensino de qualidade. Por isso, peço que os ajudem em sua luta pelo bem de uma melhor educação para todos e que sigam o instagram dos alunos (Comissão de alunos coreano USP) para mais informações.

P.S: Vou deixar abaixo os links que usei para me informar sobre o assunto para que vocês saibam dos detalhes.

Referências:

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