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Estúdio GAINAX encerra as suas atividades após 41 anos

A Gainax, lendário estúdio de animação japonês responsável por títulos marcantes da cultura pop, foi oficialmente dissolvido após a conclusão de seu processo de falência. A informação apareceu no Kanpō (o diário oficial japonês) do dia 10 de dezembro de 2025, marcando o fim de uma trajetória de quase 42 anos.

Em comunicado publicado nesta quinta-feira (11), Hideaki Anno, diretor de Neon Genesis Evangelion e fundador da Gainax, lamentou o encerramento da empresa, com a qual manteve vínculos desde o período de criação e posteriormente como acionista. “É um fim profundamente lamentável, mas recebo a notícia com serenidade”, escreveu.

Anno destacou o trabalho de empresas e profissionais que, após a prisão do então presidente Tomohiro Maki em 2019, dedicaram quase seis anos, sem remuneração, a tentar reconstruir e posteriormente organizar a dissolução da Gainax.

Segundo ele, graças ao esforço conjunto, foi possível devolver aos respectivos criadores e titulares todos os direitos autorais, materiais de produção e documentações relacionadas às obras do estúdio, seguindo procedimentos legais e transparentes.

O texto, porém, detalha um ponto que Anno diz ter sido especialmente decepcionante: a descoberta de transferências irregulares de direitos e materiais realizadas pela antiga administração da Gainax.

O diretor revelou que sua empresa, Khara, entrou com uma ação civil contra os responsáveis, alcançando um acordo em 20 de janeiro de 2023, no qual as alegações dos autores foram reconhecidas e houve pedido de desculpas formal da parte acusada.

Durante o processo de investigação que, foi conduzido quando uma nova diretoria assumiu a Gainax, vieram à tona práticas que Anno descreve como dolorosas de revisitar. Entre elas:

  • comunicações internas com informações falsas direcionadas à Khara;
  • manobras para evitar pagamentos de dívidas após empréstimos emergenciais feitos pela Khara;
  • ordens internas para que funcionários alegassem falsamente que o então presidente estava hospitalizado;
  • mensagens que tratavam a Khara como “inimiga”;
  • descaso com a preservação de materiais de produção e com os próprios criadores do estúdio.

Anno afirmou que, ao confrontar o conteúdo das trocas internas entre ex-dirigentes como Yoshinori Asao, Hiroyuki Yamaga e Yasuhiro Takeda, sentiu “tristeza além da raiva” e percebeu que não seria mais possível retomar as relações pessoais de décadas atrás.

O diretor encerrou a nota agradecendo publicamente ao último presidente da Gainax, Yasuhiro Kamimura, amigo desde os tempos de universidade, que assumiu a tarefa de “impedir a dispersão de direitos e materiais, dialogar com credores e acompanhar o estúdio até seu fim”.

O fim de uma era

A dissolução da Gainax marca o encerramento de uma das histórias mais influentes da animação japonesa. Fundada nos anos 1980, a empresa se tornou referência com obras inovadoras e ajudou a moldar toda uma geração de criadores.

Com a finalização oficial de sua existência jurídica, a responsabilidade por preservar e gerir o legado criativo do estúdio passa, agora, para os detentores originais dos direitos — muitos dos quais já recuperaram seus materiais por meio da Khara.

Fonte: (1)

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