No dia 15 de setembro, o presidente da HYBE, Bang Si-hyuk, compareceu à Unidade de Investigação de Crimes Financeiros da Agência Nacional de Polícia da Coreia para depor pela primeira vez. O empresário é acusado de enganar investidores em 2019, ao alegar que não havia planos de abrir o capital da empresa, levando cada acionista a vender suas participações para um fundo de empresas, não listadas na bolsa de valores, em valor supervalorizado.
Após a abertura de capital da empresa, em 2020, o fundo vendeu sua participação. Segundo acordo entre sócios, Bang teria recebido 30% do valor, cerca de 190 bilhões de wons (aproximadamente R$ 724 milhões). Representantes da companhia negam as acusações, afirmando que a proposta também partiu dos próprios acionistas. As denúncias surgiram em 2024, mas apenas em junho deste ano a polícia realizou uma busca na sede da gravadora.
A ex-CEO da Ador, Min Hee-jin, declarou ter ouvido, ainda em 2019, o presidente afirmar claramente que não pretendia abrir o capital naquele ano. “Quando me encontrei com o presidente Bang em janeiro de 2019, ele me disse: ‘Não há planos de abrir o capital’. Ele então sugeriu: ‘Dinheiro é melhor do que ações para incentivos. Vamos substituí-lo por um bônus de assinatura’. Confiei em suas palavras e assinei o contrato. Outra pessoa envolvida no meu recrutamento na época também sabe disso”, declarou ao portal Koreaboo.
Um porta-voz da empresa afirmou não poder desmentir a empresária, já que realmente não tinha planos para abertura do capital naquele ano. “Não podemos confirmar se essa conversa realmente ocorreu, mas, conforme a própria declaração da ex-CEO Min, a Big Hit não tinha planos de IPO em 2019. Sempre esclarecemos de forma consistente que a decisão relacionada à oferta foi tomada somente no início de 2020”. Min Hee-jin, por sua vez, explicou que sua fala não buscava apoiar a versão oficial da gravadora, mas expor que o discurso mudava constantemente.
Com o caso sendo levado à público, a HYBE também passou a ser alvo de críticas nas redes sociais por machismo na indústria, após internautas notarem que grande parte das ações distribuídas não incluía nenhuma executiva mulher. A abertura de capital contemplou apenas homens e investidores institucionais.
Sob investigação, o IPO (Oferta Pública Inicial, em português) da gravadora passou a ser analisado com cautela.

