Um tribunal militar em Seul, emitiu nesta segunda-feira, 16, um mandado de prisão contra o Tenente-General Kwak Jong-keun, chefe do Comando de Operações Especiais do Exército, por seu suposto envolvimento na imposição da controversa lei marcial no início de dezembro. Kwak é acusado de abuso de poder e de conspirar para subverter a Constituição durante o episódio.
O General teria desempenhado um papel central no envio de tropas ao Parlamento durante a curta vigência da lei marcial, decretada pelo presidente Yoon Suk-yeol em 3 de dezembro. Segundo os promotores, ele também teria recebido ordens do ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun para controlar locais estratégicos, incluindo o Parlamento, escritórios da Comissão Eleitoral Nacional e a sede do principal partido de oposição.
Além de Kwak, o Tenente-General Lee Jin-woo, chefe do Comando de Defesa da Capital, também foi preso nesta segunda-feira, acusado de enviar 211 soldados para isolar o Parlamento durante o episódio. Lee admitiu ter recebido várias ligações do presidente Yoon, incluindo ordens para remover à força legisladores do complexo parlamentar.
Kwak, que foi suspenso de suas funções logo após a crise, afirmou em depoimento que desobedeceu às ordens de Yoon para arrombar portas e “arrastar” parlamentares. No entanto, suas declarações reforçam as suspeitas de que o presidente tenha utilizado as Forças Armadas para interferir diretamente no funcionamento do Legislativo.
Este é o segundo oficial militar preso na investigação sobre a lei marcial. O primeiro foi o Tenente-General Yeo In-hyung, chefe do Comando de Contrainteligência da Defesa, detido no último sábado (14). As prisões refletem a gravidade das acusações e o aprofundamento da crise política que abala o governo de Yoon, já fragilizado por um processo de impeachment em andamento.
As investigações continuam e devem determinar até que ponto as ações tomadas pelos militares foram coordenadas pela presidência, enquanto a Coreia do Sul enfrenta um momento crítico para a estabilidade de suas instituições democráticas.
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